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Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp

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ortografia deve ser tomada como objeto de ensino (SÃO PAULO, 2006b) 58 . A<br />

justificativa para tal procedimento é que os alunos precisam sentir-se seguros quando<br />

estão construindo suas ideias sobre a escrita. Recriminá-los ou puni-los por cometer<br />

erros inibiria a expressão livre que precisam ter para compreender a escrita. (SÃO<br />

PAULO, 2005).<br />

Não estamos propondo que os alunos sejam castigados, humilhados ou<br />

repreendidos de maneira vexatória, mas sim, estamos defendendo que a ortografia<br />

esteja relacionada a um ensino sistemático, que ajudará os alunos a familiarizarem-se<br />

com a língua e tomarem consciência de seus principais traços, possibilitando captá-la<br />

em seu conjunto, o que não precisa ser desenvolvido posteriormente à conquista do<br />

sistema de escrita, mas sim como parte dessa apropriação (DAVÍDOV, 1988).<br />

O posicionamento do construtivismo em relação à não correção de erros<br />

cometidos no processo de alfabetização se coaduna com Piaget, como podemos<br />

verificar no texto “Observações psicológicas sobre o trabalho em grupo”. Nesse artigo<br />

Piaget argumenta que é o trabalho do aluno com seus pares que efetivamente<br />

desenvolverá seu intelecto e que os erros instaurados nesse processo podem ser<br />

corrigidos se o indivíduo aprendeu a pesquisar; o processo realizado, mesmo que o<br />

tenha levado ao erro lhe permitirá repetir, refazer e corrigir. Por isso, afirma Piaget<br />

(1998c, p. 150) que “[...] de maneira geral, a aquisição dos métodos de trabalho é mais<br />

importante para o futuro do estudante do que a aquisição de muitos conhecimentos<br />

particulares”.<br />

Apesar de encontrarmos nos materiais da SEE a postura de que os erros não<br />

devem ser referendados pelo professor ou que se deva esperar que sejam superados<br />

espontaneamente, ao afirmar que os erros são construtivos “[...] ou seja, são erros<br />

necessários para que [os alunos] se aproximem cada vez mais da escrita<br />

convencional” e que o planejamento deve “[...] atender às necessidades de<br />

aprendizagem dos alunos” (SÃO PAULO, 2005, M1U3T10, p. 3), explicita-se, por um<br />

lado, a naturalização do desenvolvimento face à necessidade do erro e por outro,<br />

58 Em documento da SEE de 1986 podemos encontrar o mesmo posicionamento, isto é,<br />

considera-se legítimo escrever fora da norma ortográfica no nível alfabético, pois este será<br />

outro obstáculo a ser superado posteriormente. Confira SÃO PAULO, 1986a, “Retomando a<br />

proposta de alfabetização”.<br />

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