Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp
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educacionais de todos os alunos quaisquer que sejam suas condições sociais, físicas,<br />
de saúde e suas possibilidades relacionais.” (SÃO PAULO, 2003?, p. 4). Sobre essa<br />
caracterização de educação inclusiva, devemos indagar: manter o aluno na escola sem<br />
aprender (que é o que de fato a progressão continuada acaba por fazer, tendo em<br />
vista a falta de condições objetivas – pedagógicas e materiais), representa<br />
169<br />
solidariedade? Entender o ensino como adequação às possibilidades dos educandos,<br />
não é uma forma de mantê-los à margem da sociedade? Mais que isso, ao se tratar a<br />
educação para todos como ato solidário, parece que se deixa de lado o direito do<br />
aluno e a obrigação do Estado para torná-la um favor...<br />
Finalmente, o empreendedorismo aparece especialmente ligado ao ensino<br />
médio e à formação de professores. No primeiro caso, porque<br />
O estudante do ensino médio tem enfrentado enormes desafios,<br />
sobretudo em relação à sua própria sobrevivência, em função da<br />
dificuldade de se inserir no mercado de trabalho. A instabilidade<br />
produtiva decorrente dos avanços científicos e tecnológicos e da<br />
globalização econômica exige do jovem uma atualização contínua.<br />
Assim, uma das funções da escola média deve ser a de contribuir para<br />
que esse jovem adquira habilidades e competências para aprender de<br />
modo autônomo e ter condições de criar e recriar sua própria<br />
condição no mundo. (SÃO PAULO, 2003?, p. 6).<br />
Em relação à formação de professores, o empreendedorismo “[...] deve estar<br />
presente na intencionalidade educativa e no modo de ser e agir dos educadores.”<br />
(SÃO PAULO, 2003?, p. 13). Associada a essa ideia, a política educacional expressa<br />
nesse documento reitera sua ênfase no respeito à cultura local e à valorização da<br />
autonomia da escola, para que ela tenha “[...] uma compreensão genuína da sua<br />
missão educativa, manifestada na elaboração e execução coletiva de seu projeto<br />
pedagógico, e se responsabilize eticamente pelos resultados que apresentar.” (SÃO<br />
PAULO, 2003?, p. 14). Não podemos deixar de destacar que esse respeito à “cultura<br />
local” não é novidade dessa gestão, como vimos anteriormente, bem como vale<br />
sublinhar o caráter “missionário” dado à atividade educativa, que se concretiza na<br />
imputabilidade da unidade escolar e mais especificamente, de seus educadores, pelo<br />
sucesso/fracasso da instituição, demonstrado tanto na afirmação de que o professor<br />
tem que ter uma atitude empreendedora, como na responsabilidade pelos resultados<br />
que alcançar.