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Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp

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108<br />

não está de acordo com a pedagogia proposta pelo educador. Em vídeo do PROFA,<br />

também exibido no curso do “Letra e Vida” 72 , Barreto assevera que<br />

[...] na verdade, o que estava se propondo [no trabalho de<br />

alfabetização freireana] é que os assuntos, os temas, nascessem da<br />

necessidade, da curiosidade, da pergunta dos educandos, mas que<br />

sem dúvida, no trabalho de sala de aula esse universo fosse se<br />

abrindo para novas questões, muitas vezes nem sempre presentes<br />

naquelas primeiras. (BARRETO, s.d., grifo nosso).<br />

O eclodir de temas, a partir das manifestações dos alunos, não está nos<br />

postulados construtivistas? O pensamento piagetiano não referenda essas ideias?<br />

Sabemos que sim e já demonstramos isso no capítulo 2 desse trabalho. Dessa forma,<br />

não nos soa estranha a incorporação de Paulo Freire pelo ideário construtivista<br />

(inclusive com textos de sua autoria no módulo 3 do “Letra e Vida” 73 ).<br />

Por último, ressalte-se que no mesmo vídeo anteriormente mencionado, Vera<br />

Barreto alinha Paulo Freire à psicogênese da língua escrita. Segundo ela:<br />

Os conhecimentos sobre alfabetização do período de Paulo Freire<br />

eram significativamente menores do que hoje. Os últimos trinta anos<br />

foram privilegiados e a psicogênese da língua escrita trouxe<br />

inegavelmente aspectos novos, extremamente importantes, que<br />

abrem novas possibilidades de um trabalho de alfabetização. É<br />

importante hoje, para aquelas pessoas que buscam em Paulo Freire o<br />

referencial educativo e que atuam na área de alfabetização [...], levar<br />

em conta essas novas descobertas que foram produzidas ao longo<br />

dos últimos trinta anos. Depois da psicogênese ficou muito mais fácil<br />

fazer um trabalho na linha de Paulo Freire. Isso porque muitas coisas<br />

que faltavam naquele momento, hoje têm. (BARRETO, s.d.).<br />

Como vimos no capítulo 1, o construtivismo não é a única teoria que se propôs<br />

a explicar a apropriação da escrita e, no capítulo 2, quando apresentamos os<br />

pressupostos da teoria construtivista indicamos aspectos que também estão<br />

presentes em Paulo Freire, como acabamos de demonstrar.<br />

72 Nesse vídeo também são entrevistados: Emília Ferreiro, José Eustáquio Romão e Vera<br />

Masagão.<br />

73 “Primeira carta”, do livro de Paulo Freire “Cartas a Cristina” e um fragmento de “Pedagogia<br />

do oprimido”. Confira SÃO PAULO, 2006b.

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