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Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp

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de seus verdadeiros princípios e propósitos, levando à sua recusa a priori, sem uma<br />

análise criteriosa de seus aspectos positivos e negativos.<br />

Ao observarem-se as características da pedagogia tradicional, definidas dessa<br />

forma superficial e caricaturada, verifica-se sua contraposição a diversos aspectos da<br />

pedagogia nova (e posteriormente, das demais pedagogias do “aprender a aprender”),<br />

justificando a negação sumária da primeira pela segunda. Como explica Snyders<br />

(1974) o primeiro cuidado necessário a uma adequada caracterização da pedagogia<br />

tradicional deve ser o de distinguir entre aquilo que de fato constitui suas<br />

proposições para a educação escolar, da conotação inteiramente negativa a ela<br />

atribuída pelos escolanovistas. Não é por acaso que o citado autor formula questões<br />

que seriam inconcebíveis para os escolanovistas como, por exemplo, se é possível a<br />

existência de um bom professor tradicional, respondendo afirmativamente a essa<br />

questão.<br />

Rossler mostra que o construtivismo adotou a mesma estratégia da escola<br />

nova em relação à escola tradicional:<br />

54<br />

Assim como o movimento escolanovista usou e abusou do recurso da<br />

sua contraposição ao que denominava de escola “tradicional”,<br />

também o construtivismo tem usado e abusado desse mesmo<br />

recurso. Diga-se de passagem que assumir o famigerado jargão<br />

“tradicional” implica, entre outras coisas, afirmar no campo<br />

educacional uma ineficiência, a aceitação passiva de valores e ideias<br />

exteriormente impostas; portanto, a submissão a uma autoridade<br />

intelectual e moral externa (seja ela do professor, de uma ideia, de<br />

uma ideologia, de um governo, de uma sociedade etc.). Ser tradicional<br />

ou não-construtivista refere-se a um estado de conformismo, à<br />

memorização em detrimento da reflexão e da criatividade, à<br />

transmissão e à reprodução em vez da produção do conhecimento.<br />

Memorização, reprodução e transmissão de conhecimento são<br />

palavras que assumiram no jargão educacional contemporâneo uma<br />

conotação tão fortemente negativa e tão indissociavelmente ligada ao<br />

que seria a educação tradicional que se tornou necessário prestar<br />

muitos esclarecimentos quando essas palavras são utilizadas com<br />

uma conotação positiva. (ROSSLER, 2006, p. 124-125).<br />

Na escola tradicional, o professor tem papel de destaque, pois é visto como<br />

aquele que pode levar os alunos ao nível de conhecimento mais elaborado. Assim,<br />

[...] na escola, o nexo instrução-educação somente pode ser<br />

representado pelo trabalho vivo do professor, na medida em que o

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