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Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp

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<strong>Ana</strong>lisaremos, sobre o governo Quércia, dois textos contidos na publicação da<br />

CENP “Isto se aprende com ciclo básico” (SÃO PAULO, 1987). O primeiro, de Madalena<br />

Freire, intitulado “Refletindo, praticando, vivendo com as crianças da Vila Helena” e o<br />

segundo, denominado “Alfabetização: uma nova didática? Relatos de professores sobre<br />

a implantação do CB e sua concepção teórica”. Esses textos compõem um material do<br />

“Projeto Ipê”, programa de atualização e aperfeiçoamento de professores e<br />

especialistas em educação por multimeios, propalado desde a administração anterior,<br />

que teve grande quantidade de material produzido e distribuído à rede. Também<br />

apresentaremos as propostas curriculares das diferentes áreas de conhecimento, no<br />

que se refere ao Ciclo I, objeto de nossa discussão, que foram implantadas nesse<br />

governo. Ainda está presente em nossa análise desse período o texto de Telma Weisz:<br />

“As contribuições da psicogênese da língua escrita e algumas reflexões sobre a prática<br />

educativa de alfabetização”, publicado pela SEE no ano de 1988, no documento “Ciclo<br />

básico em jornada única: uma nova concepção de trabalho pedagógico - recursos<br />

didáticos, sua utilização”.<br />

O texto de Madalena Freire, que relata sua experiência de trabalho na Vila<br />

Helena, periferia de São Paulo, explicita temas que seriam cada vez mais destacados<br />

na SEE, tais como a hipervalorização do conhecimento proveniente do cotidiano e o<br />

relativismo linguístico-cultural. Ela reproduz no texto a linguagem oral (com os erros<br />

de pronúncia, concordância etc.) e demonstra que seu planejamento é feito dia a dia,<br />

conforme os acontecimentos se dão. Para ilustrar, ela conta a exploração realizada<br />

com os alunos sobre um bicho vivo, a partir da problemática da morte observada e<br />

vivenciada pelas crianças.<br />

Na metodologia proposta pela autora, nada “[...] cai do céu [...]. Tudo tem seu<br />

significado, tem sua razão de ser, porque tudo é reflexão sobre a realidade, sobre a<br />

vida”. (FREIRE, 1987, p. 22). Madalena Freire afirma nessa proposta que não se pode<br />

pré-estipular os eixos do currículo e seus conteúdos. O educador deve saber o que vai<br />

desenvolver, mas “[...] o desafio é partir das situações significativas de vida do<br />

grupo. Pois caso contrário, o currículo não será expressão da vida, reflexão,<br />

aprendizagem, conhecimento, mas puro ato mecânico, alienado da ação real-<br />

transformadora de seus sujeitos.” (FREIRE, 1987, p. 23, grifo da autora).

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