Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp
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174<br />
professor organize um instrumento de registro em que anote quais<br />
alunos pôde acompanhar de perto no dia, mantendo um controle que<br />
lhe permita progressivamente intervir junto a todos. (SÃO PAULO,<br />
2005, M1U3T11, p. 5).<br />
Uma das defesas presentes em todos os módulos, é de que as atividades<br />
desenvolvidas com os alunos estejam voltadas aos seus interesses e relacionadas ao<br />
cotidiano. O texto de Daniel Pennac, contido no módulo 1, denominado “Direitos<br />
imprescritíveis do leitor”, é exemplo disso. O autor lista dez direitos que são negados a<br />
quem está se iniciando no universo da leitura. São eles:<br />
1. O direito de não ler.<br />
2. O direito de pular páginas.<br />
3. O direito de não terminar um livro.<br />
4. O direito de reler.<br />
5. O direito de ler qualquer coisa.<br />
6. O direito ao bovarismo 121.<br />
7. O direito de ler em qualquer lugar.<br />
8. O direito de ler uma frase aqui e outra ali.<br />
9. O direito de ler em voz alta.<br />
10. O direito de calar. (PENNAC, 2005, M1U4T6, p. 1).<br />
O autor justifica essa enumeração afirmando que nós não lemos<br />
continuamente, muitas vezes trocamos um bom livro por um filme ruim e que nossos<br />
“[...] períodos de leitura se alternam muitas vezes com longas dietas, onde até a visão<br />
de um livro desperta os miasmas da indigestão.” (PENNAC, 2005, M1U4T6, p. 1). Por<br />
isso, por que negar ao jovem leitor, o direito de ler qualquer coisa, de qualquer jeito,<br />
em qualquer lugar ou simplesmente, não ler?<br />
Prossegue o autor, asseverando que uma grande quantidade de indivíduos<br />
respeitáveis, mesmo diplomados, não têm o hábito de ler e que<br />
Nem por isso eles são menos frequentáveis, são mesmo muito<br />
agradáveis de se frequentar (pelo menos não perguntam à queima<br />
roupa nossa opinião sobre o último livro que lemos, nos livram de<br />
suas reservas irônicas sobre nosso romancista preferido e não nos<br />
121 De acordo com o Dicionário de Psicologia de Henri Piéron (1969, p. 57), bovarismo é a<br />
“ausência de autocrítica num imaginativo, atitude do indivíduo que se imagina diferente do<br />
que é na realidade, que idealiza sua personalidade. O termo foi tirado do romance de<br />
Flaubert, Madame Bovary”.