Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp
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eafirma-se que o professor só deverá interferir naquilo que o aluno apresenta como<br />
algo pertencente aos interesses suscitados espontaneamente.<br />
As ações voltadas ao domínio da ortografia na perspectiva construtivista,<br />
amparadas nos pressupostos já apresentados, devem partir do trabalho com textos,<br />
dos quais se extraem dúvidas ortográficas a serem exploradas, privilegiando a<br />
organização do ensino<br />
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[...] de acordo com a natureza das dificuldades apresentadas<br />
pelos alunos. Inicialmente, o professor pode organizar as atividades<br />
partindo daqueles casos que permitem a explicitação de regras, isto<br />
é, palavras de ortografia regular. No caso das palavras de ortografia<br />
irregular, devem ser ensinadas as de uso mais frequente pelos<br />
alunos, deixando as de uso menos frequente para as séries mais<br />
adiantadas. (SÃO PAULO, 2006b, M3U5T15, p. 2, grifo nosso).<br />
Sforni e Galuch (2006) explicam que com as práticas alfabetizadoras<br />
construtivistas passou-se a valorizar sobremaneira a produção de textos tendo os<br />
aspectos gramaticais e ortográficos da língua como derivados desse tipo de ação. No<br />
entanto, alertam as autoras que esse tipo de abordagem impede que sejam<br />
organizadas etapas voltadas ao ensino de aspectos notacionais. Quando as diferentes<br />
formas de grafar uma palavra não são mais consideradas erros e sim hipóteses<br />
(superadas, segundo o construtivismo, por meio do contato do aluno com a leitura) e<br />
o domínio da leitura e da escrita extrapola o 1º ano, o aluno é empurrado para o<br />
agravamento da não-aprendizagem. Os resultados, são, como já indicamos, que os<br />
índices de proficiência vão se mostrando cada vez mais insuficientes, isto é, à medida<br />
que aumentam os anos de escolarização, ao invés de diminuírem as dificuldades, elas<br />
ficam cada vez maiores, porque se acumulam as inadequações de apropriação da<br />
leitura e da escrita.<br />
A apropriação dos expedientes de escrita simbólica exige que o aluno saia de<br />
uma visão sincrética e fragmentada (ponto de partida de prática educativa) e alcance<br />
uma visão sintética, que lhe permite compreender o conhecimento em sua<br />
complexidade (ponto de chegada da prática educativa). Para que isso aconteça temos<br />
que ter em vista aquilo que Saviani (2008) denominou de catarse e que já foi<br />
anteriormente explicitado.