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Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp

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O pesquisador suíço Jean Piaget (1896-1980), considerado expoente da<br />

abordagem construtivista 47 , se dedicou ao problema do conhecimento: o que é, como<br />

o ser humano chega a ele, como se passa de um conhecimento a outro etc. Sua teoria<br />

destinava-se a tentar explicar o conhecimento baseando-se na biologia, fazendo um<br />

elo entre essa ciência e a filosofia, com dados empíricos. Segundo Azenha (1993, p. 8),<br />

“[...] a formação típica de cientista leva-o a procurar um suporte experimental para<br />

suas especulações filosóficas, de forma a poder construir uma epistemologia de base<br />

biológica”. Esta autora também afirma que<br />

61<br />

[...] a concepção piagetiana do funcionamento intelectual inspira-se<br />

fortemente no modelo biológico de trocas entre o organismo e o<br />

ambiente, fruto de seus estudos biológicos sobre moluscos [...]. A<br />

observação da forma pela qual estes organismos adaptam-se ao<br />

ambiente e o assimilam de acordo com sua estrutura levou Piaget a<br />

conceber o modelo para o desenvolvimento cognitivo. (AZENHA,<br />

1993, p. 18).<br />

O modelo piagetiano de análise da inteligência está baseado nas relações que<br />

se estabelecem entre o organismo e meio ambiente, sendo que tal processo se dá pela<br />

adaptação do organismo ao meio e por sua organização interna. Assim, a adaptação é<br />

bem sucedida se o organismo atinge equilíbrio entre assimilação dos elementos da<br />

realidade (exterior) e acomodação a essa realidade dos esquemas internos do<br />

organismo. Como explica Piaget (1982, p. 18):<br />

47 Piaget utilizou-se do termo construtivismo em textos como “O construtivismo e a criação de<br />

novidades”, do livro “Epistemologia genética” (1990), publicado em 1970, no qual discute a<br />

organização das estruturas psíquicas segundo processos universais que possibilitariam a<br />

criação do novo a partir da assimilação do mundo real de forma única. Também estabeleceu<br />

relação com o construtivismo na obra “Para onde vai a educação” (1998d). Este livro é<br />

composto de dois capítulos. O primeiro, “Para onde vai a educação” foi redigido em 1971 e o<br />

segundo, “O direito à educação no mundo atual” foi publicado pela UNESCO em 1948. Na<br />

“Parte retrospectiva” do primeiro capítulo Piaget menciona as pesquisas psicológicas sobre o<br />

desenvolvimento divididas em três direções, que encaminham diferentes aplicações<br />

pedagógicas: associacionista empirista, inatista e maturacionista e aquela que “[...] é<br />

decididamente a nossa [...], é de natureza construtivista, isto é, sem preformação exógena<br />

(empirismo) ou endógena (inatismo) por contínuas ultrapassagens das elaborações<br />

sucessivas, o que, do ponto de vista pedagógico, leva incontestavelmente a dar toda ênfase às<br />

atividades que favoreçam a espontaneidade da criança” (PIAGET, 1998d, p. 10-11, grifo do<br />

autor).

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