Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp
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afirma que<br />
A teoria educacional que toma corpo a partir de então, a pedagogia nova 42 ,<br />
57<br />
[...] os homens não são essencialmente iguais; os homens são<br />
essencialmente diferentes, e nós temos que respeitar as diferenças<br />
entre os homens. Então há aqueles que têm mais capacidade e<br />
aqueles que têm menos capacidade; há aqueles que aprendem mais<br />
devagar; há aqueles que se interessam por isso e os que se<br />
interessam por aquilo. (SAVIANI, 2008, p. 34).<br />
Vê-se nessa nova concepção, que superação da marginalidade não se refere<br />
mais à superação da ignorância, mas sim ao ajuste dos indivíduos, de forma que sejam<br />
aceitos em suas diferenças. Em verdade, o que está por trás dessa “aceitação”, é a<br />
validação das desigualdades como algo natural e impossível de ser superado. Assim, o<br />
eixo da questão pedagógica, antes centrado no conteúdo, no professor e na<br />
diretividade, agora se desloca para os métodos ou processos pedagógicos, para o<br />
aluno e para a não-diretividade, tratando-se de uma teoria “[...] onde o importante<br />
não é aprender, mas aprender a aprender.” (SAVIANI, 2008, p. 8).<br />
2.2 AS PEDAGOGIAS DO “APREN<strong>DE</strong>R A APREN<strong>DE</strong>R”<br />
Na atualidade, remontando ao movimento da pedagogia nova, as pedagogias<br />
do “aprender a aprender” têm se firmado hegemonicamente, sendo diferentes<br />
discursos (construtivismo, pedagogia das competências, pedagogia de projetos, teoria<br />
do professor reflexivo etc.) variantes de uma mesma concepção.<br />
Segundo Duarte (2006c) o lema “aprender a aprender” não significa, como<br />
poderia parecer à primeira vista, a defesa de uma educação escolar que fomente a<br />
criatividade e a autonomia intelectual em oposição a uma educação pautada na<br />
reprodução mecânica de conteúdos e na heteronomia. O lema “aprender a aprender”<br />
conteria, segundo o citado autor, uma atitude fundamentalmente negativa em relação<br />
42 Segundo Saviani (2008, p. 49) as expressões “pedagogia nova” e “pedagogia da existência”<br />
são equivalentes (mas não confundir “pedagogia da existência” com “pedagogia<br />
existencialista”), posto que estão centradas “[...] na vida, na existência, na atividade, por<br />
oposição à concepção tradicional que se centrava no intelecto, na essência, no<br />
conhecimento.” (grifo do autor).