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Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp

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masculino, estudos pós-colonialistas (contato entre culturas dominantes, que<br />

privilegiam a cultura universal – machista, branca, europeia – e culturas dominadas),<br />

o multiculturalismo (defendendo que o currículo não deve introduzir uma cultura<br />

comum, mas sim a convivência de diferentes culturas). Discute ainda a luta entre alta<br />

cultura e baixa cultura, assegurando que as transformações que resultam da relação<br />

cultura popular e novas tecnologias de comunicação não devem ser vistas sob o<br />

prisma da insuficiência, degradação, involução etc. e sim, precisam ser<br />

compreendidas em sua lógica e ótica próprias, que exigem “[...] novas capacidades<br />

mentais, cognitivas e afetivas” (SILVA, 1998, p. 39) e não por referência a outros<br />

meios, de outras épocas. Dessa forma, entende o autor que o currículo<br />

institucionalizado corresponde a uma visão de mundo que se distancia das<br />

[...] características culturais de um mundo social radicalmente<br />

transformado pela emergência de novos movimentos sociais, pela<br />

afirmação de identidades culturais subjugadas, pelas lutas contra o<br />

patriarcado, pelos conflitos entre poderes imperialistas e resistências<br />

pós-coloniais, pelo processo de globalização e pela generalização dos<br />

novos meios e técnicas de comunicação. No novo mapa cultural<br />

traçado pela emergência de uma multiplicidade de atores sociais e<br />

por um ambiente tecnicamente modificado, a Educação<br />

institucionalizada e o currículo continuam a refletir,<br />

anacronicamente, os critérios e parâmetros de um mundo social que<br />

não existe mais. (SILVA, 1998, p. 30).<br />

O artigo de Alfredo José de Veiga-Neto (1998), denominado “Currículo,<br />

disciplina e interdisciplinaridade”, discute a possibilidade de se organizar um currículo<br />

de forma interdisciplinar. Para justificar a dificuldade de se implantar uma ideia como<br />

essa, na qual “[...] parece fortemente desejável [...] procurar formas de “convívio<br />

disciplinar” e, a partir daí, convívio entre os “praticantes” dessas disciplinas” (VEIGA-<br />

NETO, 1998, p. 116), o autor explica que a organização da escola e de seu currículo<br />

por meio de disciplinas “[...] não é uma doença que veio de fora para contaminar<br />

nossa maneira de pensar; ela é a nossa própria maneira de pensar e engendra, ao fim<br />

e ao cabo, nossas relações com tudo o que nos cerca.” (VEIGA-NETO, 1998, p. 111).<br />

Entendendo a necessidade de se estabelecer novas formas de pensamento, o autor<br />

defende que a “[...] busca de currículos escolares mais pluridisciplinarizados pode ser<br />

vista como a busca de uma prática do diálogo entre as diferenças.” (VEIGA-NETO,<br />

1998, p. 117).

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