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Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp

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apropriações para-si. Isso porque sintetiza os conhecimentos consolidados pelas<br />

gerações anteriores, produzidos por meio do trabalho, que transformam o ser da<br />

espécie humana em ser humanizado. Essa humanização, como afirmado no capítulo 1,<br />

não ocorre de maneira espontânea e natural, mas sim em dependência das condições<br />

objetivas de apropriação do patrimônio humano-genérico. Portanto, essa é a função<br />

que deve ter a escola: transmissão da cultura. Mas todo e qualquer elemento da<br />

cultura? Não. A seleção do que ela deve transmitir é fundamental, daí o critério de<br />

clássico, também já apresentado no capítulo 1, que vai diferenciar as aprendizagens<br />

escolares daquelas adquiridas em outros ambientes, de forma assistemática.<br />

Portanto, destinar ao espaço escolar o ensino de conteúdos da vida cotidiana, em<br />

nada contribui para a aspiração de constituir no ser humano, uma segunda natureza.<br />

Como afirma Martins (2004, p. 66):<br />

178<br />

[...] o homem já nasce inserido em sua cotidianidade e seu<br />

desenvolvimento primário identifica-se com a aquisição das<br />

habilidades e conhecimentos necessários para vivê-la por si mesmo.<br />

Entretanto, a máxima humanização dos indivíduos pressupõe a<br />

apropriação de formas de elevação acima da vida cotidiana,<br />

pressupõe um processo em direção ao humano genérico. É claro que<br />

a referida elevação não é tarefa exclusiva da instituição escolar;<br />

porém, para sua efetivação, a escola desempenha um papel<br />

insubstituível, do qual a nenhum título pode-se abrir mão.<br />

Sobre a relação da família com a escola, devemos sublinhar que no contexto da<br />

sociedade atual – neoliberal, pós-moderna e altamente influenciada pelas pedagogias<br />

do “aprender a aprender” – muitos pais consideram que não devem “forçar” seus<br />

filhos e com isso, ao suporem um pretenso respeito ao “tempo” e “interesses” da<br />

criança, acabam por sonegar-lhes um importante papel no desenvolvimento,<br />

legitimando a negatividade do ensino apregoada pelo construtivismo. Por outro lado,<br />

há um número crescente de pais descontentes por constatarem que seus filhos,<br />

apesar de estarem frequentando a escola, não dominam conhecimentos elementares<br />

e não demonstram disciplina de estudo. Essa postura é vista de forma oposta pela<br />

concepção construtivista (como visto no texto de Rosaura Soligo) e pela pedagogia<br />

histórico-crítica. Liliana Tolchinski, ao defender o construtivismo e tratar da<br />

resistência dos pais aos procedimentos livres e espontâneos dessa concepção, afirma:

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