13.06.2013 Views

Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp

Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp

Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

sensível às perturbações e às suas próprias contradições, para ajudá-lo a avançar no<br />

sentido de uma nova reestruturação”.<br />

O passo seguinte seria que, diante do desafio de escrever uma lista de palavras<br />

desconhecidas ou ler um cartão, os esquemas assimilativos da criança<br />

primordialmente se baseassem em dois critérios: a impossibilidade de escrever com<br />

uma só letra e a necessidade de letras diferentes para escrever (FERREIRO e<br />

TEBEROSKY, 1985; AZENHA, 1993). Esse momento de escrita indiferenciada, na qual<br />

não há um controle das letras em correspondência às sílabas ou relacionando<br />

grafema 53 e fonema 54 , é chamado de hipótese pré-silábica (WEISZ, 2005b).<br />

Em uma etapa seguinte, ainda sem correspondência grafema-fonema, a criança<br />

percebe que precisa estabelecer relação entre o número de letras que utiliza, de<br />

acordo com o contexto sonoro das palavras. Ela utiliza então o seu repertório de<br />

escrita para indiscriminadamente atribuir uma letra para cada sílaba (hipótese<br />

silábica sem valor sonoro). Apesar de seus escritos ainda não guardarem<br />

correspondência direta com o som, a hipótese silábica traz um avanço importante,<br />

pois propiciará a conquista da escrita convencional. Ainda dentro da hipótese silábica,<br />

em nível mais avançado, a criança passa a atribuir uma letra para cada sílaba, agora<br />

com vínculo ao fonema que ela representa (hipótese silábica com valor sonoro). Como<br />

última etapa das escritas silábicas, a mais apurada é aquela na qual a criança escreve,<br />

ora a sílaba completa e ora apenas uma letra para a sílaba. É a chamada hipótese de<br />

escrita silábica-alfabética. Por exemplo, a escrita de “brigadeiro”, poderia ser<br />

representada por um aluno como B-GA-<strong>DE</strong>-O (WEISZ, 2005a). Por fim, a criança<br />

atinge um nível denominado hipótese de escrita alfabética, na qual suas<br />

representações alcançam um nível de legibilidade, mas ainda com erros ortográficos 55<br />

a serem vencidos posteriormente (AZENHA, 1993).<br />

53 Grafemas são traços gráficos únicos. Abarca os diacríticos, ideogramas e sinais de<br />

pontuação. Nas letras, os grafemas permitem diferenciar homônimos, como por exemplo:<br />

concerto – conserto; cela - sela. (CAMARA JR, 1986).<br />

54 Menor unidade sonora de uma palavra, que pode estabelecer distinção de significado entre<br />

uma palavra e outra. São classificados em vogais, semivogais e consoantes. (AMARAL,<br />

ANTÔNIO e PATROCÍNIO, s.d.).<br />

55 A ortografia é a parte da gramática que estabelece normas para a escrita correta das<br />

palavras. (AMARAL, ANTÔNIO e PATROCÍNIO, s.d.).<br />

79

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!