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Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp

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2.1 AS RAÍZES PEDAGÓGICAS DO CONSTRUTIVISMO NO PENSAMENTO ESCOLANOVISTA<br />

Para iniciarmos nossa discussão sobre o construtivismo, é necessário<br />

caracterizá-lo como uma continuidade do movimento escolanovista. Por sua vez, para<br />

contextualizar a escola nova, precisamos caracterizar, ainda que brevemente, a<br />

chamada escola tradicional, que foi criticada pelos escolanovistas, fazendo surgir o<br />

movimento de renovação pedagógica.<br />

A educação tradicional 39 esteve ligada à fase revolucionária da burguesia,<br />

defendendo o princípio de que todos os seres humanos nascem essencialmente<br />

iguais, ou seja, nascem como uma tabula rasa 40 , que se contrapunha à concepção<br />

medieval segundo a qual os seres humanos nasceriam essencialmente diferentes.<br />

Articulava-se a um processo de transformação da estrutura e da super-estrutura<br />

social, caracterizado pela substituição de “[...]uma sociedade com base num suposto<br />

direito natural por uma sociedade contratual.” (SAVIANI, 2008, p. 32). Essa escola<br />

estava, portanto articulada ao processo de superação da Idade Média e consolidação<br />

da burguesia e sua ordem “democrática” no poder. Para tanto, era necessário superar<br />

a ignorância, entendida como causa da marginalização dos indivíduos. “Como realizar<br />

essa tarefa? Por meio do ensino. A escola é erigida no grande instrumento para<br />

converter os súditos em cidadãos.” (SAVIANI, 2008, p. 5). Uma vez que o que estava<br />

em pauta era a igualdade, a constituída pedagogia da essência “[...] vai fazer uma<br />

defesa intransigente da igualdade essencial dos homens.” (SAVIANI, 2008, p. 32).<br />

O termo “ensino tradicional” designa um tipo de educação pautada em<br />

exercícios metódicos, graduados, adaptados às necessidades dos alunos e na<br />

transmissão do conhecimento pelo contato com as obras universais (SNY<strong>DE</strong>RS,<br />

1974). No entanto, essa denominação também indica uma educação que tem sido<br />

caracterizada por seus opositores como uma escola fracassada, ineficiente e<br />

retrógrada. Essa caricatura da educação tradicional tem inviabilizado a compreensão<br />

39 Que passa a ser assim denominada a partir da crítica à pedagogia da essência, tendo a<br />

expressão “escola tradicional” em seu ponto de partida um caráter negativo.<br />

40 Note-se que o discurso pedagógico da atualidade critica a ideia de tabula rasa sem<br />

historicizá-la, ou seja, esquecendo-se do fato de que essa ideia desempenhou um papel<br />

histórico progressista ao se opor à visão medieval de mundo.<br />

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