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Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp

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151<br />

pensamento, premissa básica da complexa aprendizagem<br />

sistematizada 98. (MARTINS, 2007b, p. 74).<br />

Assim, podemos concluir que a brincadeira não pode contribuir para o<br />

desenvolvimento infantil, em suas máximas potencialidades, se não for dado a ela um<br />

tratamento intencional e diretivo, como propõe a pedagogia histórico-crítica, como já<br />

explicitamos no capítulo 1.<br />

Isso nos leva a outra discussão, que nos contrapõe às ideias de João Batista<br />

Freire: a qualidade das interações que ocorrem por meio das brincadeiras. Quando o<br />

autor afirma que as “populações periféricas” têm mais acesso a brinquedos, devemos<br />

indagar: quais brinquedos? Que desenvolvimento é possível promover com os parcos<br />

recursos a que tem acesso as crianças da classe trabalhadora? Qual a complexidade<br />

das oportunidades dadas espontaneamente?<br />

Discordamos do argumento de Freire (1994), de que a elite sofre “prejuízos”<br />

aos sistematizar atividades (aulas de diferentes modalidades esportivas e artísticas),<br />

tornando-as “obrigações”. O acesso da elite a diferentes manifestações da cultura<br />

humana se dá pelo domínio desta dos meios de produção e, portanto, dos bens<br />

materiais, que lhe proporciona a apropriação privada daquilo que a maioria da<br />

população é afastada. E assim, colocamos a questão: qual o papel da escola na<br />

ascensão do indivíduo a formas mais elaboradas de conhecimento?<br />

O construtivismo se propõe a promover a aprendizagem. Tanto, que esse<br />

trabalho se desenvolve justamente pela análise de produções com esse fim. É fato que<br />

as crianças aprendem com o construtivismo. Mas o que aprendem? Como aprendem?<br />

Para que aprendem? As respostas a essas perguntas são: aprendem aquilo que está<br />

no cotidiano e que não lhes encaminha para a apropriação das formas mais ricas da<br />

cultura humana; aprendem de forma espontânea e, desorientadas, aprendem pouco;<br />

aprendem para engrossar o mercado de trabalho e assim serem exploradas pelo<br />

capital. Ao afirmar a necessidade da diretividade no processo educativo, estamos<br />

concordando com Luria e Yudovich (2005, p. 79-80), quando asseveram que:<br />

98 A “aprendizagem sistematizada” da qual nos fala a autora é a etapa seguinte da criança, na<br />

qual sua atividade principal é o estudo, já abordado no capítulo 1.

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