Ana Carolina Galvão Marsiglia UM QUARTO DE ... - Home - Unesp
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Discordamos da interpretação de que na “[...] teoria vigotskiana este estágio é<br />
o nível de desenvolvimento atual [...]” (GASPARIN, 2002, p. 17), pois entendemos que<br />
o ponto de partida do trabalho educativo não é aquilo que o aluno já consegue fazer<br />
por si mesmo, mas aquilo que ele só consegue fazer na relação com o professor, ou<br />
seja, aquilo que está na zona de desenvolvimento iminente. Ao trabalhar com a zona<br />
de desenvolvimento iminente já está considerando-se o nível de desenvolvimento<br />
atual (ou efetivo). Em outras palavras, quando o trabalho educativo põe em<br />
movimento as funções inter-psicológicas, está também movimentando as funções<br />
intra-psicológicas. A síntese precária da qual parte o professor implica suposições<br />
sobre o que os alunos serão capazes de fazer com sua ajuda, isto é, suposições sobre a<br />
zona de desenvolvimento imediato dos alunos. Se o ponto de partida fosse apenas o<br />
conhecimento do nível de desenvolvimento efetivo, as possibilidades de<br />
planejamento do trabalho educativo seriam muito escassas.<br />
Com isso se quer dizer que esse momento deve, com base nas demandas da<br />
prática social (o que não é sinônimo de demandas do cotidiano), selecionar os<br />
conhecimentos historicamente construídos que devam ser transmitidos, traduzidos<br />
em saber escolar. O ponto de partida da prática educativa é a busca pela apropriação,<br />
por parte dos alunos, das objetivações humanas.<br />
b) Problematização: o professor deve apresentar aos seus alunos as razões<br />
pelas quais esse ou aquele conteúdo estão inseridos no planejamento. A<br />
problematização, portanto, deve conduzir o aluno do conhecimento advindo das<br />
relações do cotidiano (conhecimento sincrético, fragmentado, parcial sobre o<br />
fenômeno) para o conhecimento científico, que deve ser oferecido na escola,<br />
reestruturando qualitativamente o domínio sobre as questões da prática social.<br />
É o momento em que “[...] se torna evidente a relação escola-sociedade com as<br />
questões da prática social (que precisam ser resolvidas) e os conhecimentos<br />
científicos e tecnológicos (que devem ser acionados).” (VALE, 1994, p. 220). Trata-se<br />
de colocar em xeque a forma e o conteúdo das respostas dadas à prática social,<br />
questionando essas respostas, assinalando suas insuficiências e incompletudes;<br />
demonstrar que a realidade é composta por diversos elementos interligados, que<br />
envolvem uma série de procedimentos e ações que precisam ser discutidas. No<br />
momento da problematização, o professor precisa ter claro como orientará o<br />
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