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adelson silva dos santos - uea - pós graduação

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Maranhão), se encontra uma das piores formas de trabalho e d egradação humana eambiental. Essa cadeia produtiva começa nas carvoarias (que utiliza a florestanativa) as quais abastecem as siderúrgicas produtoras de ferro -gusa (sendo ocarvão tanto fonte de energia, como componente do ferro -gusa) e siderúrgicasprodutoras de aço. Por isso o estudo desses autores visa 253[...] demonstrar de forma clara e objetiva como é precário o meio ambientelaboral nas carvoarias do Pará e Maranhão e fornecer argumentossuficientes para demonstrar (sic) a intermediação ilícita de m ão-de-obraexistente atualmente na cadeia produtiva do ferra -gusa, e que esta situaçãosó vai ser corrigida com o reconhecimento, pelas siderúrgicas, da sua realresponsabilidade, principalmente assumindo os vínculos empregatícios <strong>dos</strong>trabalhadores das carvoarias diretamente com elas e zelando por um meioambiente saudável nesses locais de trabalho.Eles partem de um artigo da Revista do Observatório Social nº 6 (de junhode 2004) 254 , intitulado “Escravos do Aço”, e afirmam: “as carvoarias ignoram deforma absoluta este princípio constitucional de saúde e segurança no trabalho e assiderúrgicas justificam a não -observância afirmando tratar -se de atividadeterceirizada” 255 . O que é uma inverdade, porque a produção de carvão é essencial àatividade-fim, pois entra na composição do ferro gusa, não se justificando aterceirização da mão de obra. “Em resumo, as carvoarias têm como objetivo aprodução do carvão vegetal que é entr egue pelos pseudoempresários àssiderúrgicas, verdadeiras proprietárias <strong>dos</strong> fornos, para s er utilizado como matériaprima na industrialização do ferro gusa e do aço” 256 .O trabalho nas carvoarias com desrespeito às leis do trabalho soma -se olabor num ambiente de trabalho desrespeitado. O direito a um ambiente de trabalhoadequado não é mero apên dice do contrato de trabalho, mas uma proteção dotrabalhador como cidadão, para preservação de seu bem maior que é a vida. Nascarvoarias, segundo esses autores, as atividades de extração de madeira e253 Idem. p. 100254 “a produção, contudo, tem na ba se de sua cadeia de valor uma das piores formas de exploraçãohumana: o trabalho escravo, que acontece em carvoarias localizadas na floresta amazônica (sic).Vivem lá homens que perderam a liberdade, não recebem salários, dormem em currais, comem comoanimais, não têm assistência médica e, em muitos casos, não vigia<strong>dos</strong> por pistoleiros autoriza<strong>dos</strong> amatar quem tentar fugir. Estes trabalhadores, em sua maioria, não sabem ler nem escrever. Em geral,esqueceram a data do aniversário. Têm dificuldade de se expre ssar, sentem medo, vivem acua<strong>dos</strong> enão gostam de falar sobre si mesmos. Quase sempre não possuem carteira de identidade nem títulode eleitor. São como fantasmas com futuro incerto”.255 Idem. Ibidem. p. 102.256 Op. cit. p. 103.

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