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Comentário Epístolas Gerais

Comentário de João Calvino nas Epístolas Gerais.

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Capítulo 3 • 219<br />

6. E não temendo. A debilidade do sexo feminino leva as mulheres<br />

a serem arredias e tímidas, e daí morosas; pois temem que, por<br />

sua sujeição, sejam tratadas acusadoramente. Tudo indica que era<br />

isso que Pedro tinha em vista ao proibi-las de se sentir perturbadas<br />

por algum temor, como se quisesse dizer: “Submetei-vos voluntariamente<br />

à autoridade de vossos esposos; não temais ostentar vossa<br />

obediência, como se vossa condição piorasse com vossa obediência”.<br />

As palavras podem ser mais gerais: “Que não suscitassem comoções<br />

em casa”. Pois como facilmente se deixam amedrontar, se preocupando<br />

com pouca coisa, por isso se perturbam a si e a família. Outros<br />

crêem que a timidez das mulheres, que é contrária à fé, geralmente<br />

é reprovada, como se Pedro as exortasse a cumprir com os deveres<br />

de sua vocação com um espírito corajoso e intrépido. Entretanto, a<br />

primeira explicação é de minha preferência, ainda que a segunda não<br />

difira muito dela. 36<br />

7. Igualmente vós, maridos, vivei com<br />

elas com entendimento, dando<br />

honra à esposa, como a um vaso<br />

mais frágil, e como sendo juntamente<br />

herdeiros da graça da vida;<br />

para que vossas orações não sejam<br />

interrompidas.<br />

7. Viri similiter cohabitent secundum<br />

scientiam, tanquam infirmiori vasi,<br />

muliebri impertinentes honorem,<br />

tanquam etiam cohaeredes gratiae<br />

vitae (vel, multiplicis gratiae et<br />

vitae) ne preces vestrae interrumpantur.<br />

7. Igualmente vós, esposos, vivei com elas. Dos esposos ele requer<br />

prudência; pois não lhes é dado domínio sobre suas esposas<br />

exceto sob esta condição, a saber, que exerçam autoridade com toda<br />

prudência. Por isso os esposos precisam lembrar que necessitam<br />

de prudência para o correto cumprimento de seus deveres. E, sem<br />

dúvida, muitas coisas tolas têm de suportar por elas, muitas coisas<br />

desagradáveis devem ser enfrentadas por elas. E ao mesmo tempo<br />

36 As palavras são: “De quem vos tornastes filhas, quando fazeis o bem e não nutris nenhum<br />

terror”. Terror aqui está para o que terrifica. A paráfrase de Macknight parece transmitir<br />

o significado real e simples da passagem: “De quem vos tornastes filhas, vós, mulheres<br />

cristãs, portando-vos bem para com vossos esposos e não se amedrontando ante as<br />

ações contrárias contra vossa religião, pelo temor de contrariá-las”.

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