06.10.2015 Views

Comentário Epístolas Gerais

Comentário de João Calvino nas Epístolas Gerais.

Comentário de João Calvino nas Epístolas Gerais.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

434 • <strong>Comentário</strong> das <strong>Epístolas</strong> <strong>Gerais</strong> – 1João<br />

19. E nisto conhecemos, ou por isto conhecemos. Ele agora toma<br />

a palavra verdade num sentido diferente; porém há uma notável similaridade<br />

nas palavras – Se em verdade amamos nossos semelhantes,<br />

temos uma evidência de que já nascemos de Deus, que é a verdade,<br />

ou, que a verdade de Deus habita em nós. Mas é preciso que tenhamos<br />

sempre em mente que não temos de amar o conhecimento que<br />

o apóstolo menciona, como se tivéssemos que buscar dele a certeza<br />

da salvação. E, indiscutivelmente, não de outra forma que sabemos<br />

que somos filhos de Deus, senão que ele sela sua adoção gratuita em<br />

nossos corações por seu próprio Espírito, e que já recebemos, mediante<br />

a fé, o penhor infalível dela oferecido em Cristo. Então o amor<br />

é acessório ou um auxílio inferior, um arrimo para nossa fé, não um<br />

fundamento sobre o qual ela repousa.<br />

Por que, pois, o apóstolo afirma e diante dele tranquilizaremos nossos<br />

corações? Ele nos recorda estas palavras, de que a fé não existe sem<br />

uma boa consciência; não que a certeza emane dela ou dela dependa,<br />

mas que então só somos realmente, e não falsamente, assegurados de<br />

nossa união com Deus quando, pela eficácia de seu Espírito Santo ele se<br />

manifesta em nosso amor. Pois é sempre conveniente e próprio considerar<br />

o que o apóstolo mostra; porque, como ele condena uma profissão<br />

de fé fingida e falsa, então afirma que não podemos ter uma certeza<br />

genuína diante de Deus, a menos que seu Espírito produza em nós o<br />

fruto do amor. Não obstante, ainda que uma boa consciência não possa<br />

existir separadamente da fé, contudo ninguém deve concluir daí que devemos<br />

olhar para nossas obras a fim de que nossa certeza seja infalível.<br />

20. Pois se nosso coração nos condena. Em contrapartida, ele<br />

prova que em vão possui o nome e a aparência de cristão quem não<br />

tem o testemunho de uma boa consciência. Pois se alguém é cônscio<br />

de culpa, e se vê condenado por seu próprio coração, muito menos<br />

poderá escapar ao juízo divino. Daí se segue que a fé é subvertida pela<br />

inquietude de nossa má consciência.<br />

Ele diz que Deus é maior que nosso coração, com referência ao<br />

juízo, isto é, porque ele vê muito mais profundamente do que o que

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!