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Comentário Epístolas Gerais

Comentário de João Calvino nas Epístolas Gerais.

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62 • <strong>Comentário</strong> das <strong>Epístolas</strong> <strong>Gerais</strong> – Tiago<br />

5. Atentai bem, meus amados irmãos. Ele prova agora, por um<br />

duplo argumento, que agiam absurdamente quando, em prol dos ricos,<br />

desprezavam os pobres. O primeiro argumento é este: é inconveniente<br />

e desditoso humilhar aqueles a quem Deus exalta, e tratar com desonra<br />

aqueles a quem ele honra. Visto que Deus honra os pobres, então<br />

todo aquele que os repudia reverte a ordem divina. O segundo é tomado<br />

da experiência comum; porque, visto que os ricos são, em sua<br />

maioria, os que molestam os bons e inocentes, é muito irracional fazer<br />

tal retribuição pelas injustiças que fazem, de modo que sejam mais<br />

aprovados por nós do que os pobres, os quais nos ajudam mais do<br />

que erram contra nós. Agora veremos como ele segue em frente com<br />

estes dois pontos.<br />

Porventura Deus não escolheu os pobres deste mundo? Deveras<br />

não só isso, mas ele desejava começar com eles, com o fim de golpear<br />

o orgulho dos ricos. Isto é também o que Paulo diz, que Deus escolheu<br />

não muitos nobres, nem muitos poderosos no mundo, mas aqueles<br />

que são fracos, para que os que pareciam fortes fossem envergonhados<br />

[1Co 1.25]. Em suma, ainda que Deus derramasse sua graça sobre<br />

os ricos em comum com os pobres, contudo sua vontade é preferir<br />

estes àqueles, para que os poderosos aprendessem a não se gabar, e<br />

para que os ignóbeis e os obscuros atribuíssem tudo que o que são à<br />

misericórdia de Deus, e para que ambos fossem treinados para a mansidão<br />

e humildade.<br />

Ricos na fé não são aqueles que transbordam em grandeza de fé,<br />

e sim os que são enriquecidos por Deus com vários dons de seu Espírito,<br />

os quais recebem pela fé. Pois, sem dúvida, visto que o Senhor<br />

trata liberalmente a todos, cada um se torna participante de seus dons<br />

segundo a medida de sua própria fé. Se, pois, somos vazios ou necessitados,<br />

isso prova a deficiência de nossa fé; pois se apenas alargarmos<br />

o porto da fé, Deus está sempre pronto a enchê-lo.<br />

Ele diz que o reino é prometido aos que amam a Deus; não que a<br />

promessa dependa do amor, mas ele nos recorda que somos chamados<br />

por Deus para a esperança da vida eterna, sobre esta condição e

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