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Comentário Epístolas Gerais

Comentário de João Calvino nas Epístolas Gerais.

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Capítulo 4 • 453<br />

o chamou de luz, porque nada há escuro nele, mas, ao contrário, ele<br />

ilumina todas as coisas com seu próprio esplendor. Aqui, pois, ele não<br />

fala da essência de Deus, e sim apenas mostra como ele pode ser encontrado<br />

por nós.<br />

Mas é preciso observar duas coisas nas palavras do apóstolo: que<br />

o verdadeiro conhecimento de Deus é aquele que nos regenera e renova,<br />

de modo a nos tornarmos novas criaturas; e que, em consequência,<br />

outra coisa não faz senão nos conformar à imagem de Deus. Fora, pois,<br />

com aquela grosseira tolice acerca da fé vazia. Pois quando alguém<br />

separa a fé do amor é o mesmo que tentar remover o calor do sol.<br />

9. Nisto se manifestou, ou apareceu. Temos o amor de Deus para<br />

conosco também testificado por muitas outras provas. Pois se ele indagasse<br />

por que o mundo foi criado, por que fomos colocados nele a<br />

tomar posse do domínio da terra, por que somos preservados em vida<br />

para o desfruto de bênçãos incomensuráveis, por que somos dotados<br />

com luz e entendimento, não se pode apresentar nenhuma outra razão<br />

exceto o amor gratuito de Deus. O apóstolo, porém, aqui escolheu<br />

a principal evidência dele, e que excede muitíssimo todas as demais<br />

coisas. Porque não foi apenas por um amor incomensurável que Deus<br />

não poupou ao seu próprio Filho, mas para que ele nos restaurasse<br />

à vida; mas foi a bondade o dom mais maravilhoso de todos, a qual<br />

deve encher nossa mente com a mais profunda surpresa e espanto.<br />

Cristo, pois, é uma prova tão maravilhosa e singular do amor divino<br />

para conosco, que sempre que olhamos para ele, mais plenamente nos<br />

confirma a verdade de que Deus é amor.<br />

Ele o denomina de unigênito, visando à ampliação. Pois nisto<br />

ele mostrou mais claramente quão singularmente ele nos amou, visto<br />

que expôs à morte seu único Filho em nosso favor. Entrementes,<br />

ele, que é por natureza seu único Filho, pela graça e pela adoção<br />

gera muitos filhos, a saber, todos quantos, pela fé, são unidos a seu<br />

corpo. Ele expressa o fim para o qual Cristo foi enviado pelo Pai,<br />

a saber, para que pudéssemos viver por meio dele; pois sem ele<br />

somos todos mortos, mas por sua vinda ele nos trouxe vida; e, a

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