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Comentário Epístolas Gerais

Comentário de João Calvino nas Epístolas Gerais.

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342 • <strong>Comentário</strong> das <strong>Epístolas</strong> <strong>Gerais</strong> – 2Pedro<br />

mente”. E as palavras devem ser assim explicadas: “Desperto vossa<br />

mente para que ela seja pura e radiante”. Pois o significado é que as<br />

mentes dos santos se tornam sombrias e, por assim dizer, contraem<br />

ferrugem, quando cessam as admoestações. Mas aprendemos ainda<br />

daí que os homens, mesmo os dotados de erudição, se tornam, de<br />

certa maneira, entorpecidos, a não ser que se deixem estimular por<br />

advertências constantes. 32<br />

Agora fica claro qual é a utilidade das admoestações, e quão necessárias<br />

são elas; pois a indolência da carne enfraquece a verdade<br />

uma vez recebida, e a torna ineficiente, a menos que os estímulos<br />

das advertências venham em seu socorro. Portanto, não basta que<br />

os homens sejam ensinados a conhecer o que devem ser, mas há<br />

necessidade de mestres piedosos para fazerem esta segunda parte,<br />

imprimindo profundamente a verdade na memória de seus ouvintes.<br />

E, como os homens são, por natureza, em sua maioria, dados a novidade,<br />

e assim inclinados a ser críticos, nos é proveitoso ter em mente<br />

o que Pedro diz, de modo que não só nos deixemos espontaneamente<br />

ser admoestados por outros, mas para que cada um também se<br />

exercite em despertar continuamente sua mente para a verdade, de<br />

modo que nossas mentes se tornem resplendentes com o puro e claro<br />

conhecimento dela.<br />

2. Para que vos lembreis. Com estas palavras ele notifica<br />

que temos o suficiente nos escritos dos profetas, e no evangelho,<br />

para manter-nos despertos, contanto que sejamos tão diligentes<br />

quanto nos cabe em sua meditação; e se nossas mentes às vezes<br />

contraem ferrugem, e se tornam obscurecidas pelas trevas, isso<br />

se deve à nossa indolência. Para que Deus, pois, brilhe continuamente<br />

sobre nós, é preciso que nos devotemos a esse estudo; e<br />

que nossa fé, ao mesmo tempo, concorde com testemunhos tão<br />

certos e críveis. Porque, quando temos os profetas e apóstolos<br />

32 O apóstolo, evidentemente, admite que tinham uma mente sincera ou pura, isto é,<br />

isenta das poluições referidas no último capítulo; mas ainda tinham a necessidade de<br />

ser estimulados por admoestações. Daí suas mentes não eram, num sentido estrito,<br />

perfeitas, ainda que sinceras.

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