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Comentário Epístolas Gerais

Comentário de João Calvino nas Epístolas Gerais.

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328 • <strong>Comentário</strong> das <strong>Epístolas</strong> <strong>Gerais</strong> – 2Pedro<br />

por fim, para que exibisse mais plenamente seu orgulho, ele diz que<br />

não temiam nem tremiam quando tratavam dignidades com desdém.<br />

Pois é uma arrogância monstruosa considerar como nada a glória que<br />

resplandece nas dignidades designadas por Deus.<br />

Mas não há dúvida de que nestas palavras ele refere ao poder<br />

imperial ou magistral; pois ainda que não haja posição legítima na vida<br />

que não seja digna de respeito, contudo bem sabemos que o ofício magistral<br />

excede a todos os outros, porque, no governo da humanidade,<br />

Deus mesmo é representado. Então realmente glorioso é aquele poder<br />

no qual Deus pessoalmente se exibe.<br />

Agora percebemos qual a intenção do apóstolo nesta segunda<br />

cláusula, a saber, que aqueles de quem ele fala eram homens inquietos,<br />

amantes de tumultos e confusão; pois ninguém pode introduzir anarquia<br />

(ἀναρχίαν) no mundo sem introduzir também desordem (ἀταξίαν).<br />

Ora, estes, com ousado atrevimento, vomitavam censuras contra os<br />

magistrados, com o fim de eliminar todo e qualquer respeito pelos direitos<br />

públicos; e isto era frontalmente contra Deus, lançando-lhe suas<br />

blasfêmias. Há também muitos homens turbulentos deste gênero em<br />

nossos dias, os quais declaram arrogantemente que o poder da espada<br />

é pagão e ilícito, e furiosamente tentam subverter todo governo. É<br />

Satanás quem excita tais fúrias, a fim de perturbar e impedir o progresso<br />

do evangelho. O Senhor, porém, tem nos tratado favoravelmente;<br />

pois ele não só nos adverte a precaver-nos desta peçonha letal, mas<br />

também, por este antigo exemplo, nos tem fortificado contras este escândalo.<br />

Daí os papistas agirem muito desonestamente, quando nos<br />

acusam e dizem que, por nossa doutrina, promovemos os homens revolucionários.<br />

A mesma coisa se poderia realmente alegar contra os<br />

apóstolos outrora; e, no entanto, estavam muito longe, até onde lhes<br />

era possível, de encorajar perversidade desse gênero.<br />

11. Enquanto os anjos. Daí ele mostrar a temerária arrogância deles,<br />

porque ousavam assumir mais liberdade do que mesmo os anjos.<br />

Mas, parece estranho que ele diga que os anjos não lançaram acusação<br />

contra os magistrados; pois, por que seriam avessos àquela santa

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