06.10.2015 Views

Comentário Epístolas Gerais

Comentário de João Calvino nas Epístolas Gerais.

Comentário de João Calvino nas Epístolas Gerais.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Capítulo 3 • 439<br />

Esta, porém, é uma passagem notável, porquanto ele define sucintamente,<br />

bem como lucidamente, em que consiste toda a perfeição de<br />

uma vida santa. Não há, pois, razão para que aleguemos alguma dificuldade,<br />

visto que Deus de modo algum nos conduz por longos labirintos,<br />

porém simples e sucintamente põe diante de nós o que é certo e o<br />

que ele aprova. Além disso, nesta brevidade não há obscuridade, pois<br />

ele nos mostra claramente o princípio e o fim de uma vida formada<br />

corretamente. Aqui, porém, se faz menção somente do amor fraternal,<br />

enquanto se omite o amor de Deus; a razão, como disse em outro lugar,<br />

é que, como o amor fraternal emana do amor de Deus, assim aquele é<br />

uma segura e real evidência deste.<br />

No nome de seu Filho. O nome se refere à pregação; e esta conexão<br />

merece ser notada, porquanto poucos entendem o que significa<br />

crer em Cristo; mas, desta maneira de falar, podemos concluir facilmente<br />

que a única fé certa é aquela que abraça a Cristo como ele é<br />

apresentado no evangelho. Daí também ocorrer que não há fé sem ensino,<br />

como Paulo também nos mostra em Romanos 10.14. Ao mesmo<br />

tempo devemos observar que o apóstolo inclui fé no conhecimento de<br />

Cristo; porquanto ele é a imagem viva do Pai, e nele estão ocultos todos<br />

os tesouros da sabedoria e do conhecimento. Tão logo, pois, nos<br />

afastamos dele, nada mais conseguimos fazer senão vaguear em erro.<br />

24. E aquele que guarda seus mandamentos. Ele confirma o que<br />

eu já declarei, a saber, que a união que temos com Deus é evidente<br />

quando nutrimos amor mútuo; não que nossa união comece daí, mas<br />

que ela não pode ser infrutífera ou sem efeito sempre que entra em<br />

existência. E ele prova isto adicionando uma razão, porquanto Deus<br />

não pode habitar em nós a menos que seu Espírito manifeste seu<br />

poder e eficiência. Daí prontamente concluirmos que ninguém permanece<br />

em Deus e está unido a ele, senão aqueles que guardam seus<br />

mandamentos.<br />

Quando, pois, ele diz, e nisto sabemos, a copulativa e, que é dada<br />

aqui como uma razão, pode ser traduzida como “pois” ou “porque”.<br />

Mas é preciso considerar o caráter da presente razão; pois ainda que

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!