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Comentário Epístolas Gerais

Comentário de João Calvino nas Epístolas Gerais.

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Capítulo 4 • 457<br />

beneficiar seus semelhantes [Ef 5.2]. E João nos lembra que nosso<br />

amor não deve ser mercenário, quando nos convida a amar nossos semelhantes<br />

como Deus nos amou; pois devemos ter em mente isto: que<br />

fomos amados graciosamente. E, indubitavelmente, quando levamos<br />

em conta nossa própria vantagem, ou retribuímos os bons favores aos<br />

amigos, isso é egoísmo, e não amor recíproco.<br />

12. Ninguém jamais viu a Deus. Encontramos as mesmas palavras<br />

no primeiro capítulo do Evangelho de João; João Batista, porém,<br />

não teve em vista ali exatamente a mesma ideia, pois tinha em mente<br />

apenas que Deus não podia ser conhecido de outra forma senão como<br />

se revelara em Cristo. O apóstolo, aqui, estende a mesma verdade, a<br />

saber, que o poder de Deus é compreendido por nós através da fé e do<br />

amor, a ponto de sabermos que somos seus filhos, e que ele permanece<br />

em nós.<br />

Não obstante, ele fala primeiramente do amor, ao dizer que Deus<br />

permanece em nós, se amamos uns aos outros; pois então seu amor<br />

é em nós aperfeiçoado ou realmente provado; como se quisesse dizer<br />

que Deus prova estar presente quando, por seu Espírito, ele forma<br />

nosso coração, de modo a nutrirmos amor fraternal. Tendo em vista o<br />

mesmo propósito, ele reitera o que já disse, que, mediante o Espírito<br />

que nos deu, ele permanece em nós; pois esta é uma confirmação da<br />

sentença anterior, porque o amor é o efeito ou fruto do Espírito.<br />

A suma, pois, do que lemos é que, uma vez que o amor procede<br />

do Espírito de Deus, não podemos realmente e com um coração<br />

sincero amar os irmãos a menos que o Espírito aplique seu poder. E,<br />

assim, ele testifica que permanece em nós. Deus, porém, por seu Espírito<br />

permanece em nós; e, assim, ao amarmos, provamos que temos<br />

Deus habitando em nós. Em contrapartida, todos quantos se gabam de<br />

ter Deus, e não amam aos seus irmãos, provam sua falsidade por esta<br />

única coisa: separam Deus de si mesmos.<br />

Ao dizer, e seu amor é aperfeiçoado, a conjunção deve ser tomada<br />

como causativa, pois, ou porque. E aqui amor pode ser explicado<br />

de duas maneiras: ou aquilo que Deus nos mostra, ou aquilo que ele

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