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Comentário Epístolas Gerais

Comentário de João Calvino nas Epístolas Gerais.

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332 • <strong>Comentário</strong> das <strong>Epístolas</strong> <strong>Gerais</strong> – 2Pedro<br />

mesmo tempo, ele notifica que não tem desculpa quem se deixa engodar<br />

ou seduzir por tais adulações; pois isto deve ser atribuído à sua<br />

leviandade. Que haja, pois, uma fé solidamente estável, e então estaremos<br />

a salvos dos artifícios dos ímpios.<br />

Tendo o coração exercitado nas práticas avaras, ou concupiscentes.<br />

Erasmo traduz a última palavra, “rapinagens”. A palavra é de<br />

significado duvidoso. Eu prefiro “luxuriosos”. Como ele já havia condenado<br />

a incontinência dos olhos, assim agora parece referir-se aos<br />

vícios latentes em seus corações. Não obstante, não deve confinar-se à<br />

cobiça. Ao chamá-los filhos malditos, ou execráveis, é possível que quisesse<br />

insinuar que eram assim ou ativamente, ou passivamente, isto é,<br />

que portavam consigo uma maldição, para onde quer que fossem, ou<br />

que mereciam a maldição.<br />

Como até aqui ele se referiu à injúria que faziam pelo exemplo<br />

de uma vida perversa e corrupta, assim ele reitera uma vez mais que,<br />

mediante seu ensino, eles difundiam a peçonha letal da impiedade,<br />

com o fim de destruir os simples. Ele os compara a Balaão, filho de<br />

Bosor, que empregou uma língua venal a amaldiçoar o povo de Deus.<br />

E, para mostrar que não eram dignos de extensa refutação, ele diz<br />

que Balaão foi reprovado por um jumento, e que assim sua demência<br />

foi condenada. Mas, por este meio, ele também refreia os fiéis de se<br />

associarem com eles. Porquanto era um terrível juízo divino o fato de<br />

que o anjo se fez conhecido a um jumento, antes que o fizesse ao profeta,<br />

de modo que o jumento, percebendo o desprazer de Deus, não<br />

ousou seguir em frente, porém recuou, quando o profeta, sob o cego<br />

impulso de sua própria avareza, investiu contra a evidente proibição<br />

do Senhor. Pois o que em seguida lhe foi respondido, que ele seguisse<br />

em frente, era uma evidente indignação de Deus, e não propriamente<br />

uma permissão. Em suma, para sua maior indignidade, a boca do<br />

jumento foi aberta, para que ele, que se indispusera a se submeter à<br />

autoridade de Deus, aceitasse o jumento como seu mestre. E por este<br />

milagre o Senhor se dignou mostrar quão monstruoso era converter<br />

a verdade em mentira.

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