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Comentário Epístolas Gerais

Comentário de João Calvino nas Epístolas Gerais.

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Capítulo 1 • 303<br />

evangelho, nem preciso confirmar como éreis vacilantes, mas, numa<br />

questão tão grande, as admoestações nunca são supérfluas; e, portanto,<br />

nunca devem ser consideradas vexatórias”. Paulo emprega ainda<br />

uma desculpa semelhante em Romanos 15.14, 15: “Estou convencido<br />

de vós, irmãos”, diz ele, “que estais cheios de conhecimento, a ponto<br />

de estardes aptos a admoestar uns aos outros; mas vos escrevi mais<br />

confiantemente, como para vos trazer à memória”.<br />

Ele chama isso de a presente verdade, de cuja posse já tinham<br />

tomado mediante uma fé confiante. Ele, pois, enaltece a fé deles, a fim<br />

de permanecerem firmados nela mais solidamente.<br />

13. Sim, penso ser conveniente, ou certo. Ele expressa mais claramente<br />

quão útil e quão necessária é a admoestação, porque se faz<br />

necessária para despertar os fiéis, pois de outro modo a letargia tomaria<br />

posse sorrateiramente da carne. Portanto, ainda que não lhes<br />

faltasse ensino, contudo ele diz que os incentivos das admoestações<br />

eram proveitosos, para que a segurança e a indulgência (como geralmente<br />

é o caso) não enfraquecessem o que haviam aprendido, e por<br />

fim não viessem a extingui-lo.<br />

Ele adiciona outra causa pela qual ele estava tão decidido a escrever-lhes:<br />

porque bem sabia que lhe restava bem pouco tempo. “Devo<br />

empregar meu tempo com diligência”, diz ele; “porque o Senhor me<br />

deu a conhecer que minha vida neste mundo não será longa”.<br />

Daí aprendermos que as admoestações precisam ser assim ministradas,<br />

para que as pessoas às quais desejamos ser beneficiadas<br />

não pensem que são tratadas com injustiça, e também para que assim<br />

se evitem ofensas, ainda para que a verdade tenha livre curso e as<br />

exortações não sofram nenhuma descontinuação. Ora, é preciso que<br />

se observe esta moderação para com aqueles para quem uma reprovação<br />

abrupta não seria adequada, mas que, ao contrário, deve ser<br />

empregada amavelmente, uma vez que são, por natureza, inclinados<br />

ao cumprimento de seu dever. Somos ainda ensinados, pelo exemplo<br />

de Pedro, que nos resta o termo mais breve da vida, por mais diligentes<br />

sejamos na execução de nosso ofício. Comumente não nos é dado<br />

prever nosso fim; mas aqueles que são avançados em idade ou debi-

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