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Comentário Epístolas Gerais

Comentário de João Calvino nas Epístolas Gerais.

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Capítulo 3 • 231<br />

matraqueia em vão. É preciso, pois, que tenhamos suas raízes em nosso<br />

íntimo, para que, em seguida, produza o fruto da confissão.<br />

16. Com mansidão. Esta é uma admoestação muito necessária;<br />

pois, a menos que nossa mente seja dotada com mansidão, as contendas<br />

se irromperão imediatamente. E mansidão é posta em oposição a<br />

orgulho e vã ostentação, bem como a zelo excessivo. A isto ele, com<br />

razão, adiciona temor; pois, onde prevalece a reverência a Deus, ela atenua<br />

toda ferocidade de nossa mente e especialmente nos levará a falar<br />

calmamente dos mistérios de Deus. Pois as disputas contenciosas se<br />

originam disto, porque muitos pensam menos honrosamente do que<br />

deveriam da grandeza da sabedoria divina, e se deixam arrebatar por<br />

profana audácia. Se, pois, tornarmos aprovada de Deus a confissão de<br />

nossa fé, sendo descartada toda vanglória, toda contenda será vencida.<br />

Tendo uma boa consciência. O que dizemos sem uma vida correspondente<br />

é de bem pouco valor; daí ele associar confissão com boa<br />

consciência. Pois notamos que muitos são suficientemente prontos<br />

com sua língua, e tagarelam muito e com muita liberdade e, no entanto,<br />

são destituídos de fruto, porquanto a vida não corresponde. Além disso,<br />

a integridade de consciência é a única coisa que nos dá confiança<br />

de falarmos como devemos; pois aqueles que tagarelam muito sobre<br />

o evangelho, e cuja vida dissoluta é prova de sua impiedade, não só se<br />

fazem objetos de ridículo, mas também expõem a própria verdade às calúnias<br />

dos ímpios. Pois, por que ele nos convidou a estarmos prontos a<br />

defender a verdade diante de quem nos pedisse a razão dela, exceto que<br />

é nosso dever vindicar a verdade de Deus contra aquelas falsas suspeitas<br />

a respeito das quais os ignorantes se entretêm? Mas a defesa verbal<br />

será de pouco valia sem que haja uma correspondência da própria vida.<br />

Ele, pois, diz: para que seja envergonhado quem difame de vossa<br />

conversação em Cristo e quem fala contra vós como se fossem malfeitores;<br />

como se quisesse dizer: “Se vossos adversários nada têm para<br />

alegar contra vós, exceto que sois seguidores de Cristo, por fim serão<br />

envergonhados de sua perversidade maliciosa ou, pelo menos, vossa<br />

inocência será suficiente para refutá-los”.

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