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Comentário Epístolas Gerais

Comentário de João Calvino nas Epístolas Gerais.

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Capítulo 2 • 333<br />

É possível que se pergunte aqui: com que direito Balaão assumira<br />

o título de profeta, quando transparece que se achava viciado<br />

por tantas superstições ímpias? A isto respondo que o dom de profecia<br />

era tão especial que, embora ele não cultuasse o verdadeiro<br />

Deus, e não possuísse a verdadeira religião, é possível que ainda<br />

fosse dotado com esse dom. Além disso, Deus às vezes trazia a profecia<br />

à existência no meio da idolatria, com o fim de os homens<br />

terem menos desculpas.<br />

Ora, se alguém considera as coisas principais que Pedro afirma,<br />

então perceberá que sua advertência é igualmente adequada para<br />

o tempo presente; pois um mal que prevalece por toda parte é que<br />

os homens usam piadas obscenas com o propósito de ridicularizar a<br />

Deus e o Salvador; não só isso, eles ridicularizam toda a religião sob<br />

a capa de inteligência; e quando se voltam, como bestas, para suas<br />

próprias concupiscências, se misturam com os fiéis; murmuram algo<br />

sobre o evangelho e, no entanto, prostituem sua língua ao serviço do<br />

diabo, para que conduzam o mundo inteiro, o quanto possam, à eterna<br />

perdição. Neste aspecto, são piores que o próprio Balaão, porque<br />

gratuitamente vomitam suas pragas, enquanto ele, induzido pela recompensa,<br />

tentava amaldiçoar.<br />

17. Estes são poços sem água, nuvens<br />

que são arrastadas por uma<br />

tempestade; para os quais está reservada<br />

para sempre as brumas de<br />

trevas.<br />

18. Pois quando falam com arrogância<br />

grandes palavras de vaidade,<br />

seduzem pelas concupiscências<br />

da carne, através de muita dissolução,<br />

os que haviam escapado<br />

imunes dos que vivem no erro.<br />

19. Enquanto lhes prometem liberdade,<br />

eles mesmos são servos da<br />

corrupção; porque, de quem um<br />

homem se deixa vencer, do mesmo<br />

é mantido em servidão.<br />

17. Ii sunt fontes sine aqua, nebulae<br />

quae a turbine aguntur; quibus<br />

caligo tenebrarum in aeternum parata<br />

est.<br />

18. Nam ubi plusquàm fastuosa vanitatis<br />

verba sonuerint, inescant per<br />

concupiscentias carnis, lasciviis,<br />

eos qui vere aufugerant ab iis qui<br />

in errore versantur.<br />

19. Dum libertatem illis promittunt,<br />

quum ipsi sint servi corruptionis: a<br />

quo enim quis superatius est, huic<br />

in servitutem est addictus.

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