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Comentário Epístolas Gerais

Comentário de João Calvino nas Epístolas Gerais.

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422 • <strong>Comentário</strong> das <strong>Epístolas</strong> <strong>Gerais</strong> – 1João<br />

9. Todo aquele que é nascido de Deus<br />

não comete pecado; pois sua semente<br />

permanece nele, e não pode<br />

pecar, porque é nascido de Deus.<br />

10. Nisto se manifestam os filhos de<br />

Deus e os filhos do diabo.<br />

9. Quisquis natus est ex Deo, peccatum<br />

non facit, quoniam sêmen ejus<br />

in ipso manet; et non potest peccare,<br />

quia ex Deo genitus est.<br />

10. In hoc manifesti sunt filii Dei et filii<br />

Diaboli.<br />

7. Aquele que pratica a justiça. Aqui o apóstolo mostra que a novidade<br />

de vida é testificada por boas obras; nem se manifesta aquela<br />

semelhança de que ele tem falado, que existe entre Cristo e seus membros,<br />

exceto pelos frutos que eles produzem; como se quisesse dizer:<br />

“Já que nos cabe ser conformados a Cristo, a verdade e a evidência<br />

disto devem manifestar-se em nossa vida”. A exortação é a mesma que<br />

Paulo expressa em Gálatas: “Se vivemos no Espírito, também andemos<br />

no Espírito” [Gl 5.25]. Pois muitos, alegremente, se persuadiriam de<br />

que possuem esta justiça sepultada em seus corações, enquanto que<br />

a iniquidade evidentemente ocupa seus pés e mãos, língua e olhos.<br />

8. Aquele que comete pecado. Este verbo, cometer, ou fazer, se<br />

refere também às obras externas, de modo que o significado é que<br />

não há vida de Deus e de Cristo onde os homens agem perversa e<br />

impiamente, senão que tais são, ao contrário, escravos do diabo; e<br />

por esta maneira de falar ele expressa mais plenamente quão diferentes<br />

são eles de Cristo. Porque, como ele representara previamente a<br />

Cristo como a fonte de toda justiça, assim agora, em contrapartida, ele<br />

menciona o diabo como o princípio do pecado. Ele negou que alguém<br />

pertença a Cristo a menos que o mesmo seja justo, e comprove ser tal<br />

por meio de suas obras; ele agora atribui ao diabo todos os demais e<br />

os sujeita ao seu governo, a fim de que saibamos que não há condição<br />

intermediária, senão que Satanás exerce sua tirania onde a justiça de<br />

Cristo não possui a primazia.<br />

Entretanto, não existem dois princípios adversos, como os<br />

maniqueus imaginaram; pois bem sabemos que o diabo não é perverso<br />

por natureza ou por criação, mas ele se tornou assim através<br />

de deserção. Sabemos ainda que ele não é igual a Deus, de modo

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