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Comentário Epístolas Gerais

Comentário de João Calvino nas Epístolas Gerais.

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24 • <strong>Comentário</strong> das <strong>Epístolas</strong> <strong>Gerais</strong><br />

Cristo, ou da gratuidade de nossa salvação, imediatamente apresentam<br />

e dogmaticamente alegam os pútridos axiomas das escolas, como<br />

coisas que devem ser recebidas sem disputa. O Espírito Santo nos ensina,<br />

na Escritura, que nossa mente está ferida com tanta cegueira,<br />

as afecções de nosso coração são tão depravadas e pervertidas, toda<br />

nossa natureza está tão viciada, que nada podemos fazer senão pecar,<br />

até que ele forme em nosso íntimo uma nova vontade. Ele nos constrange,<br />

condenados à morte eterna, a renunciar a toda confiança em<br />

nossas próprias obras e a fugir para nosso único asilo: a misericórdia<br />

de Deus, e a confiar nela para toda nossa justiça. Ele testifica ainda,<br />

nos convidando para Deus, que este só é reconciliado conosco através<br />

do sangue de Cristo, e nos convida a depositar nossa confiança nos<br />

méritos de Cristo, e achegar-nos ousadamente ante o tribunal celestial.<br />

Para que nenhuma dessas coisas seja ouvida, evocam-se aqueles<br />

infindáveis decretos, cuja violação é julgada mais ilícita do que descrer<br />

de Deus e de todos seus anjos.<br />

Dos sacramentos, não permitem que se diga sequer uma palavra<br />

que difira das noções fomentadas sobre eles. E que mais é isto senão<br />

destruir qualquer possibilidade de reforma? Mas é fácil demonstrar<br />

quão contrária é a administração dos sacramentos sob o papado, de<br />

modo que dificilmente alguma coisa ali tenha alguma afinidade com a<br />

doutrina genuína de Cristo. Que espúrias corrupções se têm insinuado;<br />

pior ainda, que desditosos sacrilégios se têm introduzido! Não é<br />

lícito remover uma questão sobre este assunto. Daí ser um dito comum<br />

entre os teólogos, o qual já publicaram por toda parte em seus<br />

livros: para que a igreja permaneça a salvo, deve-se tomar especial<br />

cuidado para que o concílio não admita qualquer dúvida a respeito<br />

das principais controvérsias da atualidade. Entrou em cena também,<br />

recentemente, como se diz na linguagem italiana, o livro insípido de<br />

certo [Jerome] Mutius, desajuizadamente nada bafejando senão carnificina,<br />

no qual ele insiste profusamente neste ponto: que nada mais<br />

devem os reverendos pais fazer, quando reunidos em concílio, além de<br />

pronunciar o que já lhes parece certo sobre todo e qualquer tema, e

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