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Comentário Epístolas Gerais

Comentário de João Calvino nas Epístolas Gerais.

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460 • <strong>Comentário</strong> das <strong>Epístolas</strong> <strong>Gerais</strong> – 1João<br />

nifestada em Cristo. Então, o amor de Deus por nós é o que está em<br />

pauta aqui. Ele afirma que ele é aperfeiçoado, porquanto ele é tão profusamente<br />

derramado e realmente outorgado, que é como se fosse<br />

completo. Mas ele assevera que nenhum outro é participante desta<br />

bênção, senão aqueles que, ao se conformarem com Deus, provam ser<br />

seus filhos. Este é, pois, um argumento extraído do que é uma condição<br />

inseparável.<br />

Para que tenhamos ousadia. Ele agora começa a mostrar o fruto<br />

do amor divino para conosco, ainda que mais adiante, mostre mais<br />

claramente a partir do efeito contrário. Entretanto, é um benefício<br />

inestimável podermos nutrir ousadia diante de Deus. Na verdade, por<br />

natureza tememos a presença de Deus, e com muita razão; porque,<br />

como ele é o Juiz do mundo, e nossos pecados nos mantêm culpados,<br />

a morte e o inferno penetrariam nossa mente sempre que pensássemos<br />

em Deus. Daí aquele temor que já mencionei, o qual faz com que<br />

os homens se esquivem de Deus o quanto possam. João, porém, diz<br />

que os fiéis não temem quando se lhes faz menção do juízo final, senão<br />

que, ao contrário, se dirigem ao tribunal divino confiantemente e com<br />

entusiasmo, porquanto se sentem seguros do amor paternal de Deus.<br />

Cada um, então, tem avançado tanto na fé, a ponto de sentir-se bem<br />

preparado em sua mente a antecipar o dia do juízo.<br />

Como ele é. Por estas palavras, como já foi dito previamente, ele<br />

significa que requer-se de nós, por nossa vez, que nos assemelhemos<br />

à imagem de Deus. O que Deus é no céu, ele nos incita a sermos como<br />

tais no mundo, a fim de que sejamos considerados seus filhos; pois a<br />

imagem de Deus, quando transparece em nós, é como se fosse o selo<br />

de sua adoção.<br />

Mas, assim, é como se ele pusesse uma parte de nossa confiança<br />

nas obras. Daí os papistas erguerem suas cristas aqui, como se João<br />

negasse que nós, confiando somente na graça de Deus, pudéssemos<br />

assegurar confiança, no tocante à salvação, sem o auxílio das obras.<br />

No entanto, nisto somos enganados, porque não levam em conta que o<br />

apóstolo, aqui, não se refere à causa da salvação, e sim ao que lhe é adi-

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