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Comentário Epístolas Gerais

Comentário de João Calvino nas Epístolas Gerais.

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248 • <strong>Comentário</strong> das <strong>Epístolas</strong> <strong>Gerais</strong> – 1Pedro<br />

tições nas quais os judeus estavam então envolvidos; pois ainda que<br />

professassem cultuar o Deus de Israel, contudo, bem sabemos que entre<br />

eles não havia nenhuma parte do culto divino que fosse genuína. E quão<br />

grande teria sido a confusão nos países bárbaros e entre um povo disperso<br />

quando a própria Jerusalém, de cujos raios emprestaram sua luz,<br />

caíra em extrema impiedade! Pois bem sabemos que fraudes de todo gênero<br />

prevaleciam impunemente, de modo que o sumo sacerdócio, bem<br />

como todo o governo da igreja, estavam no poder dos saduceus.<br />

4. E acham estranho não correrdes. Literalmente, eis as palavras<br />

de Pedro: “Em que são estranhos, não correndo vós com eles no mesmo<br />

excesso de devassidão, blasfemando”. No entanto, a expressão, ser estranhos,<br />

significa captar numa coisa como sendo nova e incomum. Esta<br />

é uma forma de linguagem que os latinos às vezes também usam, como<br />

quando Cícero diz que ele era um estranho na cidade, porque não conhecia<br />

o que era levado para lá. Neste passo, porém, Pedro fortalece<br />

os fiéis a fim de que não viessem a deixar-se perturbar ou corromper<br />

pelos perversos julgamentos ou palavras dos ímpios. Pois não constitui<br />

uma tentação leve quando entre aqueles a quem deixamos nos acusam<br />

de que nossa vida é diferente daquela da sociedade humana em geral.<br />

“Estes”, dizem, “devem formar para si um novo mundo, pois são diferentes<br />

de toda a raça humana”. E assim acusam os filhos de Deus, como se<br />

tencionassem uma separação do mundo inteiro.<br />

Então o apóstolo antecipou isto, e proibiu os fiéis de deixar-se desencorajar<br />

por tais censuras e calúnias; e lhes propôs, em sinal de apoio,<br />

o julgamento divino. Pois este é o que pode sustentar-nos contra todos<br />

os assaltos, isto é, quando pacientemente aguardamos aquele dia em<br />

que Cristo punirá todos os que ora presunçosamente nos condenam,<br />

e mostrará que nós e nossa causa são aprovados por ele. E menciona<br />

expressamente os vivos e os mortos, a fim de não concluirmos que sofreremos<br />

alguma perda se eles permanecerem vivos quando nós estamos<br />

mortos; porque, por esta razão, não escaparão das mãos de Deus. E,<br />

em que sentido ele os chama os vivos e os mortos, podemos descobrir<br />

lendo o capítulo quinze da primeira Epístola aos Coríntios.

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