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Comentário Epístolas Gerais

Comentário de João Calvino nas Epístolas Gerais.

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232 • <strong>Comentário</strong> das <strong>Epístolas</strong> <strong>Gerais</strong> – 1Pedro<br />

17. Porque é melhor que padeçais fazendo<br />

o bem do que fazendo o mal,<br />

caso seja esta a vontade de Deus.<br />

18. Porque também Cristo padeceu<br />

uma vez pelos pecados, o justo pelos<br />

injustos, para levar-nos a Deus;<br />

na verdade mortificado na carne,<br />

mas vivificado pelo Espírito.<br />

17. Praestat enim benefaciendo (si ita<br />

fert voluntas Dei) pati quàm malefaciendo:<br />

18. quia et Christus semel pro peccatis<br />

passus est, justus pro injustis,<br />

ut nos adduceret Deo; mortificatus<br />

quidem carne, vivificatus autem<br />

spiritu.<br />

17. Porque é melhor. Isto pertence não só ao que segue, mas a<br />

todo o contexto. Ele falara da profissão de fé, que naquele tempo era<br />

feita em meio a grande risco; agora diz que é muito melhor se enfrentassem<br />

alguma perda na defesa da boa causa, sofrendo assim injustamente,<br />

do que ser punidos por seus maus feitos. Esta consolação é percebida<br />

mais por meditação secreta do que por muitas palavras. De fato é o que<br />

ocorre por toda parte nos escritores profanos, a saber, que há uma defesa<br />

suficiente numa boa consciência, não importa que males ocorram,<br />

e devem ser suportados. Estes têm falado corajosamente; mas, então, a<br />

única pessoa realmente ousada é aquela que olha para Deus. Portanto,<br />

Pedro adicionou esta sentença: se esta é a vontade de Deus. Pois nestas<br />

palavras ele nos lembra que, se sofrermos injustamente, isso não é por<br />

acaso, mas procede da vontade divina; e ele presume que Deus nada<br />

quer ou nada designa senão por uma razão suprema. Daqui os fiéis sempre<br />

extraem conforto em suas misérias, sabendo que contam com Deus<br />

como sua testemunha, e igualmente sabendo que são guiados por ele à<br />

luta, a fim de que, sob sua proteção, dêem prova de sua fé.<br />

18. Porque Cristo também. O outro conforto é que, se em nossas<br />

aflições nos certificamos de haver feito o bem, sofremos em conformidade<br />

com o exemplo de Cristo; e daí se segue que somos abençoados.<br />

Ao mesmo tempo ele prova, com base no desígnio da morte de Cristo,<br />

que de modo algum é consistente com nossa profissão [de fé] se sofrermos<br />

por nossos maus feitos. Pois ele nos ensina que Cristo sofreu<br />

a fim de conduzir-nos a Deus. O que isto significa, senão que fomos<br />

consagrados a Deus, pela morte de Cristo, a fim de vivermos e morrermos<br />

para ele?

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