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Comentário Epístolas Gerais

Comentário de João Calvino nas Epístolas Gerais.

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310 • <strong>Comentário</strong> das <strong>Epístolas</strong> <strong>Gerais</strong> – 2Pedro<br />

certa ou mais firme do que a voz que veio do santo monte do próprio<br />

Deus; pois, antes de tudo, a autoridade da palavra de Deus é a mesma<br />

desde o princípio; e, em segundo lugar, foi mais confirmada, do que<br />

anteriormente, pela vinda de Cristo. Mas, a solução deste nó não é<br />

difícil; pois aqui o apóstolo tinha em pauta sua própria nação, a qual<br />

estava bem familiarizada com os profetas, e sua doutrina foi recebida<br />

sem qualquer disputa. Como, pois, os judeus não lançavam em dúvida<br />

de que tudo quanto os profetas ensinaram procedera do Senhor, não<br />

surpreende que Pedro dissesse que sua palavra era mais certa. A antiguidade<br />

também granjeia alguma reverência. Além disso, há algumas<br />

outras circunstâncias que devem ser observadas; particularmente,<br />

que não se pode nutrir nenhuma suspeita quanto àquelas profecias<br />

nas quais o reino de Cristo há muito fora predito.<br />

Aqui, pois, a questão não é se os profetas merecem mais crédito<br />

do que o evangelho; Pedro, porém, considerava apenas isto: mostrar<br />

quanta deferência os judeus davam aos que consideravam os profetas<br />

como fiéis ministros de Deus, e que tinham sido educados, desde a<br />

infância, em sua escola. 16<br />

À qual fazeis bem em levar a sério. De fato, esta passagem é<br />

acompanhada de alguma dificuldade muito séria; pois é possível que<br />

se indague qual é o dia mencionado por Pedro. Para alguns, é como se<br />

fosse o claro conhecimento de Cristo, quando os homens aquiescem<br />

plenamente no evangelho; e explicam trevas como que existindo quan-<br />

16 Muito se tem escrito sobre este tema; e a dificuldade tem surgido de uma construção<br />

equivocada da passagem, que literalmente é como segue: “E temos mais firme a palavra<br />

profética”, Καὶ ἔχομεν βεβαιότερον τὸν προφητικὸν λόγον, isto é, temos tornado mais<br />

firme a palavra profética. Isto é confirmado pelo que segue; pois a palavra profética é<br />

comparada a “uma luz que brilha num lugar escuro” e, portanto, não clara nem firme<br />

até cumprir-se; mas fizeram bem em atender a esta luz até que a plena luz do evangelho<br />

brilhasse em seus corações. Segundo Scott, a referência aqui evidentemente é à<br />

experiência dos cristãos, em seu conhecimento real das verdades divinas; pois deviam<br />

estar em seus corações, antes de estar diante de seus olhos. Uma grande porção de<br />

estudo se tem gasto, sem nenhum propósito, sobre esta passagem. A maioria tem tomado<br />

por admitido que “o poder e a vinda de nosso Senhor”, mencionado no versículo 16, é<br />

uma referência à sua segunda vinda, quando a passagem como um todo se refere só e<br />

expressamente à sua primeira vinda. E sobre esta suposição gratuita e falsa está fundada<br />

a bem elaborada exposição de Sherlock, Horsley, entre outros.

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