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DO TRÁFICO DE ESCRAVATURA 1810-1842

as burguesias portuguesas ea abolição do tráfico de escravatura ...

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José Capela100de escravos em grande escala. Mesmo quando o comércio representava amaior fonte de receita da unidade prazeira. Embora não seja possível umaquantificação rigorosa do produto destinado à subsistência interna de cadadomínio e o excedente, basta imaginar as grandes populações fazendo asua vida tradicional e levando ao prazeiro os tributos outrora devidos aomambo, os exércitos de escravos fazendo a sua própria subsistência materiale a constante da sumptuosidade e ociosidade de vida dos senhores,de que dão testemunho todas as crónicas setecentistas, para não restaremdúvidas de que as relações comerciais exteriores não eram socialmentepredominantes e não boliam com o tipo restante de relações internas dodomínio prazeiro.É certo que os prazeiros mantiveram relações comerciais para o interiordo território até finais do século XVIII. E que essas operações comerciaisforam, durante muito tempo, a sua principal fonte de receita. Organizandocaravanas que percorriam vários itinerários comerciais, trocando os produtosrecebidos dos portos pelos produtos locais, nomeadamente o ouro e o marfim.Mas os prazeiros em pessoa não participavam de tais expedições que eramconstituídas por escravos e colonos, geralmente do seu domínio. Agentescomerciais de que se utilizavam no comércio do sertão e que lhes aportavamnovas, substanciais receitas. Este era um comércio de alguma maneira complementar,relativamente àquele outro que se fazia de e para os portos e cujosagentes constituíam uma classe bem demarcada da dos prazeiros. O facto dea actividade comercial ter constituído a receita principal dos prazos, nem porisso nos parece que tenha alterado o carácter predominantemente senhorialdo sistema, em cujas relações internas não era principalmente determinante.Aliás e parecendo até, à primeira vista, que os prazeiros estavam favoravelmentecolocados no terreno para dominarem o comércio do interior, o queveio a acontecer é que foram vencidos pela concorrência, nomeadamentepelos comerciantes da África Central, os Yao, entre outras razões porqueestes comerciantes obtinham nos portos os artigos a transaccionar a muitomais baixo preço. Os prazeiros eram, de alguma maneira, negociantes emsegunda mão e em segunda instância. Na segunda metade do século XVIII,as caravanas Yao tinham atingido o sul do Zambeze e operavam na área quetinha sido a privilegiada do comércio prazeiro. Em finais do mesmo século,este comércio era uma sombra do que tinha sido outrora.2007

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