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DO TRÁFICO DE ESCRAVATURA 1810-1842

as burguesias portuguesas ea abolição do tráfico de escravatura ...

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As Burguesias Portuguesas e a Abolição do Tráfico de Escravatura, <strong>1810</strong>-<strong>1842</strong>de Sena, o flagelo dos povos por seu «travesso génio, exaltado orgulho ecrassa ignorância». Dizia o governador-geral que extinguira os abusos econtrabandos, «inexaurível mina dos governadores de Quelimane e hojeRios de Sena». Além disso, os governadores encabeçavam prazos. Um,dois e três ao mesmo tempo. O Cirne, que já encabeçava um, em nome damulher, era acusado de estar a fazer vagar mais para tomar conta deles,agindo contra os enfiteutas que vendiam os colonos para a escravatura. Masele, Cirne, obrara a aleivosia de ter chamado amigavelmente os colonosdo seu próprio prazo e, alta noite, os ter embarcado algemados, à falsa fé,num brigue, para o Rio de Janeiro (280) .Cirne paga ao governador-geral na mesma moeda. Acusa-o de concedermercês por «malvados serviços constitucionais, aumentados estespor descarados subornos» (281) . Atribui-lhe a ruína das terras de Sena e deQuelimane, assim como a saída dos mais ricos moradores com todos os seuscabedais. Dizia que ainda nos primeiros anos vinte Sena era a terra commaior número de moradores opulentos. Existiam ainda as grandes casasde prazos feitas pelos «antigos portugueses, pelos condes de Montaury,pelos Mendes e Vasconcelos, pelos Araújos Braganças, pelos Falcões, pelosGameiros, Regos Lisboa, etc. e que, dando honra a si e à Nação pelo respeitoe grandeza que deram àquela vila, mal pensariam que nas suas opulentasresidências e prazos sucederiam miseráveis canarins, para agora as abandonaremtodos ...». O mesmo de Tete. A desgraça tinha como razão principal- segundo Cirne - a revolução de 1820. Desta última vila, tinham-se ausentado,ou morrido, trinta e tantos moradores ricos e abastados «que o erampelos rendosos prazos que administravam e pelas grossas escravaturas quepossuíam». E ainda acusa Botelho de ter vendido a licença para se ausentarpara o Rio de Janeiro ao único morador rico que restava em Tete e que sefora com toda a sua família e parentes (282) . Quanto ao esbulho de nobres133280 Informação de Xavier Botelho, 22/Março/1832, A. H. U., Avs. de Moç., Maço 1.281 Cirne a Conde de Basto, 28/Julho/1830, A. H. U., Avs. de Moç., Maço 1.282 Cirne a Conde de Basto, 9/Dez./1829, A. H. U., Avs. de Moç., Maço 9. As acusações de Cirne aXavier Botelho não eram, certamente, despidas de todo o fundamento. Este governador-geral, em 5de Dezembro de 1826, publicou uma portaria para facilitar a condução de escravos para os lugares«em que, pelos tratados, é permitido semelhante tráfico» (Avulsos de Moçambique, A. H. U., Maço1). Um muçulmano alegava, mais tarde, possuir uma ordem assinada por Botelho que lhe permitiadispor dos pangaios que quisesse «e como de facto logo mandou uma embarcação francesa compraros escravos». (Selemane Bana Agy a Gov.-Geral, 2/Abril/1831, A. H. U., Avs. de Moç., Maço 22).E-BOOK CEAUP

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