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DO TRÁFICO DE ESCRAVATURA 1810-1842

as burguesias portuguesas ea abolição do tráfico de escravatura ...

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As Burguesias Portuguesas e a Abolição do Tráfico de Escravatura, <strong>1810</strong>-<strong>1842</strong>Luanda pelo governador a funcionários, comerciantes e proprietários. Umcomerciante, Sérgio da Silva Rego, pequeno capitalista, em contraste comos comerciantes de grosso trato, correspondera ao apelo subscrevendotrês acções e sendo, por isso, promovido a sargento-mor e agraciado como hábito da Ordem de Cristo (135) .Dado o grande contrabando de pólvora inglesa em Angola, que ali chegavavia Brasil, foram instruídas as autoridades aduaneiras no sentido deusarem do maior rigor. «Contudo, quando os interessados no contrabandoeram pessoas influentes, o caso mudava de figura» (136) . O autor conta-nos ocaso de transgressores com o governador-geral a recorrerem das decisõesdo ouvidor-geral e juiz da alfândega para o governo central. Um dos contrabandistasafirmava no recurso para o governo central ser comercianteidóneo, com nome firmado nas praças do Brasil e de Lisboa (137) .A revolução pernambucana de 1817 foi veiculada para Angola atravésdos comerciantes daquele território africano em estreito contacto como Brasil, para onde forneciam escravos. No mesmo ano, António LuísGonçalves Ferreira estava no Brasil a tratar dos seus negócios. De lá mandoupara Angola panfletos subversivos idênticos aos que circulavam noPernambuco. Mais panfletos fizeram curso igual mandados por AntónioSimões Rosado Freire ao seu sócio de Luanda, Francisco José GomesGuimarães (138) . Tratava-se de conluio para manutenção dos negócios entreos dois territórios. Se a revolução triunfasse apenas em Pernambucoficariam estes comerciantes sem o mercado brasileiro. Todos os barcose mercadorias provenientes de Pernambuco estiveram sequestrados emLuanda, durante a rebelião (139) .135 Idem, pág. 148.136 Idem, pág. 159.137 Idem, pág. 161.138 Idem, pág. 23.139 Idem. ibidem. A incitação ao «nacionalismo» angolano, por parte dos brasileiros, prolongou-se atécerca de 1870, data em que os interesses brasileiros se voltaram, preferentemente, para a América.Após a independência do Brasil, mercadores, empreendedores e professores brasileiros ficaram aresidir em Luanda e desempenharam um papel importante na cultura, comércio e indústria angolanos.Mercadores brasileiros, como Francisco A. Flores, antigo traficante de escravos, fizeram empréstimosimportantes ao governo e financiaram projectos. Douglas L. Wheeler e René Pélissier, ANGOLA, cit.,pág. 92. Já os comerciantes portugueses do Rio de Janeiro, em 1857, puseram condições inaceitáveispara a formação, com capitais seus, de uma Companhia destinada a «colonizar e agricultar aspossessões da África Portuguesas, que lhes fora sugerida por Sá da Bandeira. A. H. U., Papéis de S.75E-BOOK CEAUP

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