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DO TRÁFICO DE ESCRAVATURA 1810-1842

as burguesias portuguesas ea abolição do tráfico de escravatura ...

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As Burguesias Portuguesas e a Abolição do Tráfico de Escravatura, <strong>1810</strong>-<strong>1842</strong>que classifica de «democratas monárquicos»; os «moderados», englobandoaderentes ao 1820 e quantos tinham transigido com a revolução, mas quedela se iam afastando progressivamente. Nesta facção incluía uma parteda magistratura e da nobreza, a classe média das duas cidades de Lisboa ePorto, literatos e alguns militares. Não dispunham de líder. Este só poderiaser D. Pedro, mal visto no país. O terceiro grande grupo, chefiado por D.Carlota Joaquina, englobava a alta nobreza, a grande maioria do clero, osnotáveis das províncias e, com estes, o povo delas. Com o regresso da Corte,veio também para Lisboa todo o parasitismo social que se acobertava à suasombra e, ultimamente, extraordinariamente empolado (102) .Em princípios de Outubro de 1825 estavam eleitos os deputados parao novo Parlamento que se seguia à outorga da Carta Constitucional. Osabsolutistas tinham-se abstido de votar e se, entre os parlamentares, talveznão houvesse inimigos declarados do sistema constitucional, na sua maioriaeram pelo menos moderados. A tendência mais avançada das cortes de1821/1822 só muito frouxamente estava representada na nova Câmara (103) .E quando D. Pedro se instalou em Lisboa estava ladeado por homens de ondeformou governo «estabelecendo por conseguinte um partido, em cujo grémioentraram logo como principais caudilhos todos aqueles indivíduos a quemas diferentes vicissitudes políticas tinham nobilitado ou tornado distintospela sua partilha no poder desde as cortes de 1821 até àquele tempo» (104) .Contra estes e os seus abusos formou-se uma oposição. E outra oposiçãosurgiu, esta aristocrática, chefiada pelo duque de Palmela (105) . Tinham sidoas guerras liberais e eram as suas sequelas, entre as quais o «devorismo», os102 Barreto Feio na sessão das Cortes de 7 de Março de 1822: «O governo antigo foi tão liberal na distribuiçãodas honras e mercês, que não só ornou todas as casacas de carochas, e de fitas de todas ascores, mas encheu de funcionários públicos todos os domínios portugueses de ambos os mundos. Osdias em que fazia anos uma pessoa real, ou paria alguma princesa, eram dias de S. Miguel para oslisongeiros, e dias de luto para os bons militares, para os bons magistrados e para os bons eclesiásticos,e para toda a Nação inteira. Enquanto S. Majestade esteve no Rio de Janeiro, para lá corria a turba doszangões atraída do cheiro das mercês; voltou S. Majestade a Portugal, voltou com ele toda a multidãode empregados sem emprego, homens que seguem a antiga máxima de servir mal, e requerer bem.E só na classe militar são tantos os oficiais que têm chegado, que para os empregar seria preciso ouformar um exército como de Xerxes ou demitir todos os que actualmente estão servindo nos corpos».In DIÁRIO DAS CORTES.103 Marques Gomes, ob. cit., pág. LXXIII.104 Idem. pág. CXLIII.105 Idem, ibidem.61E-BOOK CEAUP

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