19.08.2015 Views

DO TRÁFICO DE ESCRAVATURA 1810-1842

as burguesias portuguesas ea abolição do tráfico de escravatura ...

as burguesias portuguesas ea abolição do tráfico de escravatura ...

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

As Burguesias Portuguesas e a Abolição do Tráfico de Escravatura, <strong>1810</strong>-<strong>1842</strong>terços da totalidade deste». Considerava-se de tal maneira odiado por sero executor dessas medidas, que pedia para deixar o governo de Angola,uma vez que outro seria melhor recebido (155) .Em 1837 entraram no porto de Havana 48 navios com a bandeira portuguesa,depois de terem desembarcado escravos na vizinhança (156) . Nomesmo ano devem ter entrado no Rio de Janeiro 93 navios do tráfico negreiro,com bandeira portuguesa, que desembarcaram nessa província41 000 escravos (157) . Em 1838, saíram de Benguela 20 000 escravos (158) .Neste ano, foram a Havana 44 navios com bandeira portuguesa, estimando--se, para cada, 443 escravos, pelo que devem ter levado um total de 40 700.E para o Rio, nas mesmas condições, 38 700 escravos.Reacções, revestidas de carácter violento, prolongaram-se durante largotempo e não se restringiram, evidentemente, às capitais mas estenderam-seaos portos onde actuavam os negreiros, como o de Ambriz (159) . Em Portugal,as reacções à política colonial de Sá da Bandeira tinham expressão numórgão de Imprensa (160) que, tudo o indica, foi lançado para defender osinteresses dos negreiros de África, porventura também os da burguesia deLisboa que lhe eram conexos. Lastima a sorte dos capitalistas angolanos quese viram privados dos seus negócios, e impossibilitados de aplicar os seuscapitais, dada a incúria do governo, que não criara condições para que aabolição do tráfico encontrasse alternativa. Assim, os capitalistas angolanosviam-se obrigados a abandonar a colónia. Por outro lado, ataca furiosamentea governação de Noronha, que ridiculariza ao longo das suas edições.Apesar de todas as lástimas choradas pelos escravocratas angolanos eseus porta-vozes, o que é facto é que, como dissemos, eram eles que dominavama sociedade dos portos de Angola, nos primeiros anos quarenta, deoitocentos. Para este período, dispomos de uma pormenorizadas descriçãofeita pelo médico de uma excursão comercial, George Tams (161) . Não se81155 Sá da Bandeira, ob. cit., págs. 17-18.156 <strong>DO</strong>CUMENTOS ACERCA <strong>DO</strong> <strong>TRÁFICO</strong> DA <strong>ESCRAVATURA</strong>..., Lisboa, 1840, pág. 82.157 Idem, ibidem.158 Hammond, PORTUGAL AND AFRICA, cit., pág. 53.159 General Ferreira Martins, FIGURAS E FACTOS DA COLONIZAÇÃO PORTUGUESA, Lisboa, 1944, pág. 44.160 PAQUETE <strong>DO</strong> ULTRAMAR, diário, publicado desde 5 de Julho de 1839 até 27 de Março de 1840 eeditado por H. M.161 VISITA AS POSSESSÕES PORTUGUEZAS NA COSTA OCCI<strong>DE</strong>NTAL D’AFRICA, por George Tams,Porto, 1860. Tudo o que se segue relativamente a Angola é retirado desta obra.E-BOOK CEAUP

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!