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DO TRÁFICO DE ESCRAVATURA 1810-1842

as burguesias portuguesas ea abolição do tráfico de escravatura ...

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As Burguesias Portuguesas e a Abolição do Tráfico de Escravatura, <strong>1810</strong>-<strong>1842</strong>sentimentos de S. M. Britânica relativamente a um género de comércio querepugna tanto aos princípios de justiça natural como das luzes do tempo emque vivemos, obrigar-se a unir no futuro Congresso (a realizar em Viena)todos os seus esforços aos de S. M. Britânica para fazer pronunciar por todasas potências da Cristandade a abolição do comércio da escravatura, de modoque cesse este comércio universalmente, como definitivamente cessará e emtodos os casos da parte da França dentro do espaço de cinco anos e que, alémdisso, durante este prazo, nenhum contratante de escravos os possa importarnem vender senão nas colónias do Estado em que é súbdito.O governo francês aproveitou o espaço de cinco anos que tinha diantede si para acelerar uma importação supletiva de escravos nas suas colónias,o que levou os ingleses a obter restrições concretas impostas aos súbditosfranceses em 8 de Outubro de 1814 (67) .E é exactamente no Congresso de Viena que Portugal vem a defrontar-se,pela primeira vez, em conferência internacional, com o problema posto.Ora, tendo a Inglaterra, perdido as suas colónias, tendo os quakers havidoganho de causa na sua campanha abolicionista, e havendo a necessidade deexpansão da área comercial para satisfação das exigências postas à sua produção,nada mais consequente para aquele país do que o desencadeamentoda ofensiva contra o tráfico de escravos na primeira tribuna internacionalonde dispunha de supremacia incontestada. Não se tratava meramente desatisfação a grupos de pressão moral, por poderosos que se apresentassem;era, evidentemente, a necessidade de superação de uma contradição internaao sistema de desenvolvimento inglês, em fase verdadeiramente industrial.E não bastavam às exigências criadas os novos territórios sucessivamenteanexados ao domínio Inglês; havia necessidade de mais e mais.Lord Graville viria a afirmar, em nota de 9 de Novembro de 1871, aosultão de Zanzibar, ter sido abolida a escravatura por se considerar demuito mais proveito o comércio legal (florishing legal trade) que aqueladificultava do que a caça aos pretos africanos, para os vender (man stellingand man selling) (68) . Da mesma forma, o dr. Livingstone, cuja influênciana política colonial britânica é incontestada, escreveria, por igual, que «o4167 Silva Cunha, ob. cit., pág. 24.68 Cit. in Eduardo de Almeida Saldanha, MOÇAMBIQUE A BEIRA <strong>DO</strong> ABISMO, Porto, 1932, pág. IV.E-BOOK CEAUP

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