DO TRÁFICO DE ESCRAVATURA 1810-1842
as burguesias portuguesas ea abolição do tráfico de escravatura ...
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As Burguesias Portuguesas e a Abolição do Tráfico de Escravatura, <strong>1810</strong>-<strong>1842</strong>O <strong>DO</strong>MÍNIO INGLÊS<strong>1810</strong>-1815.02As primeiras medidas abolicionistas em Portugal (não consideradas aspombalinas), por si mesmas, muito pouco nos permitem concluir quantoàs motivações mais profundas que as determinaram. Por outro lado,surgem envolvidas em factos extremamente complexos, como as invasõesnapoleónicas, a transferência da casa real para o Brasil, os tratados impostospela Inglaterra nesse contexto, a vitória final desta na guerra europeia. Enão aparecem a culminar qualquer campanha de opinião pública. EmPortugal não se detecta um movimento abolicionista que, verdadeiramente,nunca existiu. Como tal, não podem considerar-se alguns testemunhosisolados, surgidos com a corrente iluminista e preocupados, parcialmente,com as condições em que se fazia o tráfico da escravatura, com o tratamentodos próprios escravos ou com a economia baseada em tal sistema detrabalho. Jamais com o todo dessa realidade sócio-económica, por razõesde carácter moral, ou outras (34) . E sempre com finalidade reformista, nosentido de melhorar o sistema vigente, não admitindo qualquer hipóteseou possibilidade da sua abolição.Se a inexistência de um movimento abolicionista, estruturado (comoo inglês) ou não, nos dispensa de referir o escasso número de autores quede alguma maneira problematizaram o sistema ou as condições dentro dasquais funcionava, como causa próxima ou remota das primeiras medidasabolicionistas, sobre as quais não tiveram qualquer influência, desde logoencontramos um motivo mais para nos debruçarmos sobre todas as circunstânciasque acompanharam tais medidas.2934 Para os autores brasileiros e portugueses que abordaram criticamente problemas levantados pelaescravatura e seu tráfico, vidé, nomeadamente: C. R. Boxer, RACE RELATIONS IN THE PORTUGUESECOLONIAL EMPIRE 1415-1825, Oxford, 1963, págs. 104 e segs. Tradução portuguesa, AS RELAÇÕESRACIAIS..., Porto, 1977; MaxweII, ob. cit., págs. 226 e segs.E-BOOK CEAUP