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DO TRÁFICO DE ESCRAVATURA 1810-1842

as burguesias portuguesas ea abolição do tráfico de escravatura ...

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As Burguesias Portuguesas e a Abolição do Tráfico de Escravatura, <strong>1810</strong>-<strong>1842</strong>nesse ponto. A França, a Holanda, a Dinamarca, a Suécia e a Espanha assinaramcontratos com a Inglaterra de vigilância mútua contra o tráfico.Portugal e os Estados Unidos foram os únicos que puseram objecções a umtal tipo de acordo. Ridley atribui a relutância portuguesa à oposição dosinteresses no negócio.A segunda questão nasceu da política comercial. Palmerston não aceitouas tarifas aduaneiras que afectavam os produtos britânicos. A 25 deAbril de 1836, quando ainda se projectava a sua publicação, escrevia ele aWalden que embora esse assunto respeitasse ao governo português, deviaser-lhe inequivocamente afirmado que as relações políticas entre os doispaíses estavam inseparavelmente dependentes das relações comerciaise se Portugal acabasse com as últimas não se surpreendesse por a Grã-Bretanha se tornar indiferente relativamente às primeiras. «É somentepor relações comerciais extensivas que uma comunidade de interessespode estabelecer-se permanentemente entre povos de países diferentes».Não pedia privilégios para os comerciantes britânicos mas apenas o tratamentode nação mais favorecida» com o qual nenhuns outros cidadãospoderiam gozar de privilégios de que os britânicos não desfrutassem. É queos produtos britânicos, sendo os de melhor qualidade, os mais baratos, e ocomércio britânico o mais reputado, nada mais seria preciso para continuaro domínio comercial sobre Portugal.Uma terceira causa de conflito foi a dos privilégios forenses de que beneficiavamos cidadãos britânicos em Portugal e que, sob pressão popular,estavam ameaçados.A quarta questão era a dos débitos a ingleses, nomeadamente aos quetinham combatido em Portugal, e entre os quais se contavam Wellingtone Beresford. Palmerston foi aí intransigente até ao fim e fez depender aassinatura dos contratos para abolição do tráfico do pagamento destesdébitos, que o governo português tentava iludir, dadas as grandes somasreclamadas e a impossibilidade de as satisfazer. Com o tratado por assinare os débitos por satisfazer, Walden escrevia a Palmerston, em 23 de Janeirode 1836: «Meu caro Palmerston, o que é que havemos de fazer para meterestes tipos na ordem?» (319) .153319 Jasper Ridley, ob. cit., pág. 258.E-BOOK CEAUP

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