19.08.2015 Views

DO TRÁFICO DE ESCRAVATURA 1810-1842

as burguesias portuguesas ea abolição do tráfico de escravatura ...

as burguesias portuguesas ea abolição do tráfico de escravatura ...

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

As Burguesias Portuguesas e a Abolição do Tráfico de Escravatura, <strong>1810</strong>-<strong>1842</strong>viajante falava de «macuas (Yao) que formam espécie de povo mui valente,e de formas musculares mui robustas e atléticas, são com efeito muitoformidáveis, e constantemente fazem incursões no pequeno espaço doterritório que os portugueses possuem na costa. A sua inimizade é antiga,e deve confessar-se que nasce do mau comportamento que têm com elesos negociantes que lhes vão comprar escravos» (212) .Estava a dar-se a grande transformação no comércio de Moçambique,e transformação que iria atingir profundamente os próprios Prazos. Se ascondições criadas pelas medidas pombalinas não permitiram a formação,a curto prazo, de uma forte burguesia mercantil sedeada nos portos, elaacabaria por surgir, sob forma desarticulada embora, mais tarde, com osnegreiros. Já referimos o caso de um governador do Ibo que começara anegociar, em 1786, numa sociedade irregular que formara e que, além domarfim e das fazendas, transaccionava escravos. Mas antes disso, em 24 deAgosto de 1779, o ouvidor-geral Diogo Guerreiro de Aboim propôs à Rainhaa formação da Companhia da África Oriental com navios e uma força de2 500 homens, cujas acções de 200$000 réis seriam franqueadas a toda agente. Pela relação anexa à petição, das principais fortunas de portuguesesem Moçambique, vê-se que havia sete capitalistas: um com 200 000 cruzados,outro com 100 000, quatro com 60 000 e um com 50 000 (213) .A 15 de Maio de 1781 regressou a Moçambique a expedição que expulsarade Lourenço Marques os austríacos e outros estrangeiros. O comérciolocal tratou logo de se organizar para ir explorar o negócio que já antesfizera naquela baía. O provedor-mor da Fazenda, que acumulava as funçõesde juiz tesoureiro da Alfândega, propôs ao governador a arrematação deuma corveta para fiscalizar o comércio e o procurador da Coroa, irmão deum empresário da futura Sociedade de Comércio de Lourenço Marques,informou favoravelmente. Em Novembro do mesmo ano, baneanes requereramo monopólio do comércio de Lourenço Marques, para o queconstituíram uma sociedade com o capital de 60 mil cruzados. Os baneanes111212 VIAGEM A ABYSSINIA, COM A <strong>DE</strong>SCRIPÇAO <strong>DO</strong> INTERIOR <strong>DO</strong> PAIZ, EXECUTADA POR OR<strong>DE</strong>M<strong>DO</strong> GOVERNO BRITANICO NOS ANNOS <strong>DE</strong> 1809 E <strong>1810</strong>; E NA QUAL SE INCLUE HUMA RELAÇAO<strong>DO</strong>S ESTABELECIMENTOS PORTUGUEZES NA COSTA ORIENTAL <strong>DE</strong> AFRICA, etc., por HenriqueSalt, Londres, 1814, in INVESTIGA<strong>DO</strong>R PORTUGUEZ, Dezembro de 1814 e números seguintes.213 Alexandre Lobato, HISTÓRIA <strong>DO</strong> PRESÍDIO, cit., págs. 115 e segs.E-BOOK CEAUP

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!