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DO TRÁFICO DE ESCRAVATURA 1810-1842

as burguesias portuguesas ea abolição do tráfico de escravatura ...

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As Burguesias Portuguesas e a Abolição do Tráfico de Escravatura, <strong>1810</strong>-<strong>1842</strong>volta da abolição o problema das relações comerciais. Veremos tambémcomo a burguesia nacional ansiava por um novo tratado comercial coma Inglaterra e como viria a ficar decepcionada com o termo posto a estaquestão, em <strong>1842</strong>, e em que a abolição e as relações comerciais foramsimultaneamente equacionadas.Para além das relações comerciais, os alegados débitos a súbditos britânicose a integridade territorial das possessões portuguesas na Áfricae na Ásia eram outros tantos items que condicionavam as negociaçõesanglo-lusas sobre a abolição do tráfico. Os débitos apareceriam com todaa nitidez nas conversações travadas entre o governo inglês e o portuguêsque sucedeu aos setembristas. Mas a preservação das colónias foi determinanteno comportamento de Sá da Bandeira. Interrogado no Senado, doisanos mais tarde, sobre por que não tinha assinado o tratado no decorrer deAbril-Maio de 1838, diria ter tido medo de Palmerston. Estava convencidode que ele queria apoderar-se das colónias africanas e por isso não estariadisposto a assinar qualquer tratado para a abolição do tráfico sem a maiscompleta e compreensiva garantia para elas (343) . Embora Sá da Bandeira,na exposição que faz, no mesmo ano (344) , das negociações havidas enquantoesteve no governo (rebatendo as razões apresentadas por Palmerston parao Bill), não se refira a tal preocupação, a verdade é que boas razões tinhapara assim pensar. Não era apenas a revolta dos negreiros em Angola eMoçambique que ele temia, e de que tinha já bons exemplos nas reacçõesao decreto de 1836. Eram as consequências internacionais de tal facto,pois que Palmerston por mais do que uma vez manifestara poder vir ausar, como retaliação, a tomada das colónias. Não só entendia que a Áfricadevia ser transformada em mercado para os produtos ingleses, (345) comoadmitia que, se as coisas não fossem a bom termo, poderia apoderar-sedas colónias portuguesas, sob estado de guerra e conservá-las depois,em tempo de paz. Algumas delas - acrescentava - assentar-lhes-iam particularmentebem. Os juízes britânicos da comissão mista da Serra Leoa,em relatório enviado a Palmerston, em Junho de 1839, propunham comomedida útil para diminuir o tráfico da escravatura, e para promover o167343 Leslie Bethell, ob. cit., pág. 107.344 O <strong>TRÁFICO</strong>, cit.345 Leslie Bethell, ob. cit., pág. 154.E-BOOK CEAUP

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