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DO TRÁFICO DE ESCRAVATURA 1810-1842

as burguesias portuguesas ea abolição do tráfico de escravatura ...

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As Burguesias Portuguesas e a Abolição do Tráfico de Escravatura, <strong>1810</strong>-<strong>1842</strong>A 7 de Maio de 1761, foram levantados todos os impedimentos existentesà escala dos portos de Moçambique e de Luanda e as mesmas embarcaçõesque fossem a esses portos podiam, igualmente, ir aos da Baía e doRio de Janeiro, no regresso à Metrópole. Era, a tentativa de criar centroscomerciais sólidos nas capitais das duas costas, o mesmo é que dizer, proporcionara criação de burguesias comerciais capazes de acumulação decapital, e pô-las a funcionar em sintonia com o desenvolvimento da produçãobrasileira, no todo mais vasto do sistema colonial português. Em1786, porém, voltaria a tentar-se a revitalização do comércio entre a Índiae Moçambique, com a autorização aos navios saídos de Goa, Damão e Diude fazerem comércio directo com os portos de Moçambique. Nos vinte anosque tinham medeado, não fora possível criar a burguesia mercantil comcapacidade para armar a navegação costeira suficiente (204) .De facto, eram baneanes e não portugueses que dominavam o grandee o pequeno comércio de Moçambique. Isto nos séculos XVII e XVIII.Comerciantes de grosso trato, retalhistas e artífices, os baneanes dominaramdurante séculos o giro comercial não apenas dos portos, mas tambémpara o interior. Como as mercadorias de troca vinham da Índia, eram elesos seus consignatários em Moçambique. Os pequenos comerciantes dependiamdeles inteiramente e junto deles se endividavam de tal maneira queos baneanes se tornaram facilmente os grandes proprietários dos bens deraiz nas terras em frente à Ilha de Moçambique, Mossuril e Cabaceiras. Em1759, mais de duzentos baneanes exerciam a sua actividade na Ilha. E noano anterior tinham sido tomadas as primeiras medidas administrativascontra esta supremacia. É que, uma vez livre o comércio em toda a ÁfricaOriental para os súbditos indo-portugueses, os baneanes, que até 1757 setinham limitado à Ilha, passaram a operar no interior. Como, por outrolado, vendiam aos seus conterrâneos as mercadorias para o retalho emmelhores condições que o faziam aos cristãos, e dispondo ainda de mercadoresvolantes, a casta não só dominava todo o comércio, de grosso e deretalho, como o de exportação, que incluía escravos, marfim, ferro e produtosagrícolas. Foi assim que, por iniciativa da Santa Casa da Misericórdia, o107204 Idem, págs. 170 e segs. Nas págs. 176 e segs. vem pormenorizada descrição do predomínio da castamercantil dos baneanes no comércio de Moçambique e dos mecanismos que utilizava para a suaprevalência.E-BOOK CEAUP

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