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DO TRÁFICO DE ESCRAVATURA 1810-1842

as burguesias portuguesas ea abolição do tráfico de escravatura ...

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As Burguesias Portuguesas e a Abolição do Tráfico de Escravatura, <strong>1810</strong>-<strong>1842</strong>do comércio com a Ásia para onde se voltara a praça de Lisboa, impossibilitadade aplicar de outra maneira os seus capitais. O desemprego, aacumulação de produtos fabricados sem saída, permitiam aos capitalistasobter fazendas estampadas por «preços ínfimos» a que davam esse destino.A vida «lânguida e precária» das fábricas devia-se a isso e ao crédito quetinham obtido no Brasil algumas manufacturas, especialmente as chitasazuis. Sem isso, a ruína seria completa (88) . Mas o próprio Acúrsio das Neves,que nos dá esta notícia, que diz virem «os principais clamores dos nossosnegociantes» do facto de termos perdido o exclusivo do abastecimentodo Brasil e de Portugal ter deixado de ser o entreposto dos géneros coloniais,que previne os comerciantes de que se devem desenganar de que osistema colonial possa mais voltar e que, por isso, devem ir alongando assuas vistas pela extensão do globo, ele, que isso constata, não deixa deconcluir pelo estreitamento dos «laços de união entre Portugal e Brasil,tendo principalmente em vista dois princípios: procurar que Portugal voltea ser o principal entreposto dos géneros coloniais e conseguir a preferênciado Brasil pelos produtos tradicionais de exportação portuguesa. No fimde contas, o mesmo que pretendiam os comerciantes, só que estes aindaadmitiam possíveis os monopólios e Acúrsio das Neves preconizava quetal se obtivesse por meios indirectos (89) .Por sua vez, a comissão de comerciantes de Lisboa, depois de chorara sua decadência, que «tocava à aniquilação», que tem «absorvido as pequenasfortunas e vacilar as mais opulentas» (90) , atribuía o mal das artes edas manufacturas à concorrência estrangeira e a falta de pão às grandesmigrações para as colónias, depois das descobertas. E lá vem a defendero exclusivo para Portugal, Algarve, Ilhas e África Ocidental dos géneroscoloniais, brasileiros, entendendo como boa e mútua reciprocidade o consumo,em exclusivo, nas províncias ultramarinas, do vinho, sal, azeite evinagre portugueses. É certo que os comerciantes de Lisboa, recordados dotempo em que a Coroa promovia o «comércio e a cristandade» da África ede que abrira mão a favor do do Brasil e da Ásia, tendo em conta a abolição5188 Acúrsio das Neves, MEMORIA, cit., pág. 65.89 Idem págs. 87 e segs.90 MEMÓRIA <strong>DO</strong>S TRABALHOS DA COMISSÃO PARA O MELHORAMENTO <strong>DO</strong> COMMERCIO NESTACIDA<strong>DE</strong> <strong>DE</strong> LISBOA..., Lisboa, 1822.E-BOOK CEAUP

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