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DO TRÁFICO DE ESCRAVATURA 1810-1842

as burguesias portuguesas ea abolição do tráfico de escravatura ...

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As Burguesias Portuguesas e a Abolição do Tráfico de Escravatura, <strong>1810</strong>-<strong>1842</strong>6 272 e 8 209, isto para o que é compreendido sob a rubrica de «Tropa eMoradores». Não falando pois da população sob sujeição directa dos «Sobaspotentados» mas sim dessa outra que se pode entender como aquela queestava directamente sob o domínio dos portugueses, vemos a enorme desproporçãoentre o número de escravos e os restantes estratos da população,incluindo os pretos não escravos. Na própria cidade de Benguela, havia 98homens brancos e 8 mulheres da mesma cor; 1 050 e 57, respectivamente,homens e mulheres pretos; mulatos, 129 e 109; escravos, 291 e 894. Para atotalidade dos 209 brancos contavam os 39 soldados, 32 em Benguela e 7em Caconda. Mesmo levando em conta que muita da escravaria existenteaguardava embarque, tem de considerar-se como fantástico o número de 14481 escravos de ambos os sexos, quando a população branca, tropa incluída,não ultrapassava 222 almas. Se os números se nos apresentam fantásticos,não é menos fantástico imaginarmos o que poderiam ser as relaçõesentre as duas raças, frente a semelhante desproporção. Sabemos que nãoeram exclusivamente brancos os negociantes que intervinham nas diversasfases do tráfico. Não obstante, eram predominantemente de raça europeiaos negociantes exportadores e comissários. E só se pode compreender omanuseamento de semelhante massa humana e o seu controlo através deum tratamento muito pior do que aquele que é dado ao gado doméstico.O que, como dissemos, consta das descrições contemporâneas conhecidas.Era esse tipo de gente, toda poderosa na área geográfica de influênciados portos marítimos, que Sá da Bandeira iria enfrentar. Datada de 24de Setembro de 1835 recebeu ele de Luanda, de «pessoa fidedigna», umacarta (130) que o informava de que estavam naquele porto, à carga de negros,45 navios. Os negros custavam de 60 a 65 000 réis. Os navios empregadosno tráfico eram galeras brigues e escunas grandes, estas os de menornúmero. Em média as galeras, carregavam 600 escravos, o brigue 400, aescuna 300. As viagens para o Brasil duravam de 25 a 40 dias. E os freteseram de 12 000 réis por cada negro. Os direitos desta mercadoria tinhamdeixado de se pagar ao tempo do Barão de Santa Comba. Certamente pelofacto de este governador ter ido encontrar desertas as cidades de Luandae Benguela, bem como outros portos, uma vez que todos os portugueses73130 Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa (Daqui em diante A. H. U.), Papéis de Sá da Bandeira. Maço 3.E-BOOK CEAUP

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