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DO TRÁFICO DE ESCRAVATURA 1810-1842

as burguesias portuguesas ea abolição do tráfico de escravatura ...

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José Capela68extremamente diversificada dos seus componentes, que ia desde os piorescriminosos degredados até nomes sonantes da nobreza do reino. E heterogeneidadeigualmente proveniente das condições diferentes em que cadaum exercia o mester.Não estava em pé de igualdade um pequeno mercador sem capital, semembarcações próprias, e um governador que facilmente podia dispor degrossas somas, usar da autoridade a favor do negócio e que chegava (comoaconteceu) a armar barcos negreiros.Como quer que seja, a verdade é que se entrou no século XIX com as colóniasde Angola e de Moçambique reduzidas a meros alfobres de mão-de-obraescrava para fornecimento ao exterior. Para os dez anos, de 1780 a 1790, epara Angola, os «direitos e subsídios de escravos» entraram na totalidade dareceita pública, de 490 205 000 réis, com 432 000 000 réis, sendo a diferença,portanto, apenas de 12 % da receita total. Esta devida à cobrança dos dízimos,rendimentos das salinas e da exportação das pontas de marfim (115) . Em1770, o rendimento da exportação de escravos de Angola tinha sido de 150contos; os demais créditos não atingiam, em conjunto, tal soma (116) . Em 1803,o rendimento de Angola e Benguela foi de quase 191 000$000 réis, entrandonesta conta 162 000$000 réis provenientes da exportação de escravos e29 000$000 réis de outras origens (117) . De 1817 a 1819 o número médio anualde escravos de Angola para o Brasil era de 22 000. A receita pública atingia217 000$000 réis, sendo a dos escravos 177 000$000 réis. Antes de 1834, orendimento dos escravos era de 134 contos, enquanto que as outras receitasnão ultrapassavam os 32 contos, moeda fraca (118) . No mesmo ano em que Sáda Bandeira publicou o decreto da abolição, 1936, o total dos rendimentospúblicos do conjunto das colónias portuguesas era de 578 535$000 réis. Paraeste montante contribuíam as colónias onde o tráfico era mais intenso com290 contos. Desta última quantia, duzentos contos provinham do tráfico daescravatura e apenas 90 de outras receitas (119) .Resta saber quem vinha a fazer este negócio.115 Avila de Azevedo, ob. cit., in ACTAS..., cit., págs. 121 e segs.116 Andrade Corvo, ESTU<strong>DO</strong>S SOBRE AS PROVÍNCIAS ULTRAMARINAS, I, Lisboa, 1883, pág. 15.117 Sá da Bandeira, O TRABALHO RURAL E A ADMINISTRAÇÃO COLONIAL, Lisboa, 1873, pág. 18.118 Andrade Corvo, ob. cit., I., pág. 18.119 Idem, pág. 19.2007

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