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DO TRÁFICO DE ESCRAVATURA 1810-1842

as burguesias portuguesas ea abolição do tráfico de escravatura ...

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As Burguesias Portuguesas e a Abolição do Tráfico de Escravatura, <strong>1810</strong>-<strong>1842</strong>Marques (264) . Quando o governo de Lisboa mandou inquirir quem foram as«mãos brancas» que levaram ao saque e morte do governador, o inquiridorchegou à conclusão de que tudo fora instigado pelo agente da companhiaAntónio José Nobre (265) . O governado-geral Marinho viria a afirmar quefora ele o autor da rebelião, convocando os vátuas e ordenando a mortedo governador para ficar com dinheiro que este lhe tinha dado a guardar.Porém, o agente da companhia foi absolvido e, em sua vez, condenado umasiático (266) . Entretanto, formara-se a Companhia da Indústria, Comércio eAgricultura de Moçambique, que tinha como guarda-livros o mesmo Nobre.E o governador Marinho entendia que esta ainda era pior do que a outra,que dera de perda à Fazenda uma soma enorme de contos de réis: «todoseles são contrabandistas de negros, e todos eles ainda estão em conivêncianos contrabandos de escravos que se fazem em alguns portos da costa...».A companhia nada fizera pela indústria e agricultura, nem tinha ninguémcapaz de o fazer (267) .Como se sabe, o tráfico não acabou com a proibição imposta aos barcosbrasileiros. Embora o governador de Moçambique enviasse para Lisboaum ofício com data de 8 de Janeiro de 1830, que dizia seguir no navio«Astreia», o «último que veio carregar escravos a este porto» (268) . O últimoque tinha ido legalmente. Um capitão, tendo obtido um ano de licença,não lhe teria permitido o seu estado de saúde seguir viagem para Lisboa,pelo que ficara no Rio de Janeiro. A licença estava terminada e não lhe forapossível regressar ao seu destino por ter acabado o negócio de escravos- dizia - e com ele a navegação daquele porto para o de Moçambique (269) .Mas os navios brasileiros continuaram a ir à costa moçambicana comarribadas «ditas forçadas». Um inquérito a um caso desses permitiu averiguaras ilegalidades e levou o relator a dizer «que um grande manto desimulação, com aparente cor de bem público, cobria este negócio todo deverdadeiros e únicos interesses particulares». Utilizavam-se todos os meios127264 «A guerra dos reis vatuas vizinhos do presídio de Lourenço Marques em 1833», A. H. U., Avs. de Moç.,Maço 1.265 Gov.-Geral a Conde do Bonfim, 16/Nov./1840, A. H. U., Avs. de Moça, Maço 1.266 Pereira Marinho, ob. cit., pág. 10.267 Gov.-Geral a Conde do Bonfim, 20/Out./1840. A. H. U., Avs. de Moç., Maço 1.268 Gov.-Geral a Conde de Basto, A. H. U., Avs. de Moç., Maço 18.269 Requerimento de 22 de Março de 1831, A. H. U., Avs. de Moç., Maço 18.E-BOOK CEAUP

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