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DO TRÁFICO DE ESCRAVATURA 1810-1842

as burguesias portuguesas ea abolição do tráfico de escravatura ...

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José Capela138Foi assim que o ministério do Ultramar, a 7 de Abril de 1827, oficiou aosgovernadores ultramarinos. Comunicava a realização do tratado anglo--brasileiro de 1826, segundo o qual o tráfico acabaria dentro de três anos.E solicitava propostas e sugestões acerca dos meios «mais prontos e eficazespara promover a agricultura, indústria, navegação e comércio a fimde contrabalançar o prejuízo que a falta do negócio da escravatura podeproduzir à Real Fazenda e aos habitantes» (294) . Em Novembro, reuniramos habitantes de Tete para responder às solicitações e achavam eles quea melhor maneira de promover a agricultura era, de facto, a extinção daescravatura, também garantias aos enfiteutas dos prazos e seus herdeirosque, não sendo proprietários, não realizavam as benfeitorias que fariamse o fossem (295) . Segundo o governador de Inhambane, a abolição do tráficoda escravatura não afectaria o comércio deste porto, pois ali o maiornegócio era o do marfim e não o dos escravos. Preconizava a instalação deengenhos de açúcar, pela Fazenda, que para isso podia comprar escravosmuito baratos. Com a proibição da sua exportação, em vez de cinquenta,o preço unitário passaria facilmente para trinta panos. No país não haviaqualquer indústria nem sequer qualquer artífice, «em uma palavra oficialalgum mecânico, que possa ao menos instruir outros» (296) . Por sua vez, ogovernador-geral, Xavier Botelho, salienta as grandes riquezas naturais deMoçambique. Para promover o comércio e a agricultura seriam precisosporém braços livres, «não já uma população adventícia, forçada pela lei,ou aventureira...». O comércio estava reduzido a dois barcos de Diu e doisde Damão que chegavam, geralmente, em Março. Uns anos por outrosvinha uma embarcação de Goa. Chegavam com as fazendas de resgatee seguiam, em Agosto, com o retorno: marfim, ouro, pontas de abada,âmbar, tartaruga, «actualmente escravos» e dinheiro. Volta a queixar-sedo contrabando nos portos. E a omnipresença do negócio de escravatura,que acabara com a exploração das minas, com a caça dos elefantes, da qualdizia ser a verdadeira cultura dos prazos, aliás despovoados pelo mesmomotivo. Defende o desvio do comércio da Índia e do Brasil para a metrópole,até porque, com a cessação do comércio de escravos, Moçambique294 A. H. U., Avs.de Moç., Maço 5.295 Idem, Maço 2.296 Gov. de Quel. a Min., 29/Set./1828, A. H. U., Avs. De Moç., Maço 5.2007

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